sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Olha o PAC aí...

Hoje sexta feira, dia 30 de novembro, o presidente Lula veio ao Rio. Sua agenda está lotada, uma das atividades foi a visita às favelas do Cantagalo e Pavão-pavãozinho. São as primeiras favelas que o presidente visitou depois de ter sido eleito. A visita de Lula foi para marcar o lançamento das obras com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As favelas de Ipanema vão ser as primeiras a darem início às obras de grande porte. Vão ser
obras de urbanização, sistema de água, esgoto, alargamento das ruas, praça e construção de áreas de lazer, além de melhoria na rede de iluminação. Cerca de 35 milhões de reais vão ser investidos nas obras dessas duas favelas e vai contar com a participação de mais de 1000 moradores que vão trabalhar nas obras.

Nessa semana, também foram concedidas as licenças ambientais que liberaram o início das obras do PAC também nas favelas da Rocinha, Manguinhos e do Alemão.

Na Rocinha que é considerada a maior favela da América Latina, o governo quer construir mais de 200 unidades habitacionais, creche, centro de saúde para desafogar o hospital Miguel Couto, na zona sul. A intervenção abrange 810 milhões de metros quadrados, e a estimativa é que 120 mil moradores da Rocinha vão ser mais beneficiados.

No complexo do Alemão, que fica na Penha, vai ser um milhão de metros quadrados que as obras vão intervir. Entre as obras de infraestrutural e habitacional, também está previsto a construção de um parque para lazer Além disso, a idéia de construir um teleférico para ligar a estação de trem de Bonsucesso a alguns pontos da favela.

E em Manguinhos, há também a idéia de criar o Parque Metropolitano com campos de futebol e quadras poliesportivas e quase 900 moradias.

O governo prevê que as obras estejam concluídas em dois anos. Nessas três obras, vão ser empregados mais de 910 milhões de reais.

Pois é, tudo isso o governo federal prevê realizar com os recursos do PAC. Parece até propaganda.... vamos ver no que isso vai dar.

O presidente de uma das 3 associações de moradores da Rocinha, o Carlos Costa, espera que os tão esperados investimentos se consolidem de verdade e não fiquem só no papel. Ele quer que sejam construídos espaços que não caracterizem a Rocinha como favela. O que falta, diz ele, são investimentos na qualificação profissional e escolas técnincas para os moradores.

"Qualquer intervenção que seja para melhorias da condição de vida das pessoas é bem-vinda. Mas não sei se a questão é de quantidade ou se é de qualidade. A quantidade hoje é razoável, mesmo que ainda não seja suficiente, mas não adianta criar uma nova intervenção se não criar condições de cuidado com aqueles espaços que já existem. Emergencial é infra-estrutura, saneamento básico, urbanização, além da criação de espaços de lazer de cultura para o desenvolvimento humano, escolas técnicas de boa qualidade com capacitação profissional. A gente quer viver num espaço considerado bairro, mas que ainda tem a característica de favela", disse.

O jeito é acompanhar as mudanças e esperar para daqui a dois anos avaliarmos o que de fato saiu do papel.

Fabíola Ortiz