quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Agência Lusa - CARNAVAL 2008

Chegada da família real inspira escolas de samba do Rio

31-01-2008 10:29:14

Rio de Janeiro, Brasil, 30 jan (Lusa) - A chegada da família real portuguesa ao Brasil será o tema de inspiração para o desfile de quatro escolas de samba do Rio de Janeiro.

As cores verde e branca da Casa de Bragança foram escolhidas como símbolo do carnaval deste ano, por iniciativa do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia.

A apresentação de duas escolas que iniciam os desfiles de domingo e segunda-feira de Carnaval - São Clemente e Mocidade Independente de Padre Miguel, respectivamente - será dedicada aos 200 anos da chegada da corte portuguesa.

As duas escolas receberam da prefeitura um patrocínio de R$ 2 milhões cada, recursos que vão ajudar a uma verdadeira revisão da história na passarela do samba.

A São Clemente, com 4.000 componentes, promete uma "entrada régia" neste Carnaval 2008, cantando os feitos joaninos sob o enredo "O clemente João VI no Rio: A redescoberta do Brasil".

As alegorias da escola vão retratar os ganhos do Rio de Janeiro sob a regência de D. João, como a criação do Jardim Botânico, da Biblioteca Nacional e da Casa da Moeda.

A escola Mocidade Independente de Padre Miguel, com 4.300 integrantes, tem como tema "O Quinto Império: De Portugal ao Brasil, uma Utopia na História", uma forma diferenciada de homenagear a vinda da família real para o Brasil.

A crença de que o rei D. Sebastião, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir, no norte de África (1578), iria voltar para estabelecer um império em Portugal, dominado pela Espanha entre 1580-1640, sobreviveu no imaginário português até ao século XVII.

O texto faz também alusão à lenda brasileira de que D. Sebastião, vencido pelos mouros, teria sido encantado na Praia dos Lençóis, no Estado do Maranhão, onde teria um palácio de ouro, cristal, esmeraldas e outras pedras preciosas.

A escola Imperatriz Leopoldinense apresentará a história de "João e Maria", que retrata a importância de D. João VI e das Marias que o ajudaram a construir parte da história do Brasil.

O Salgueiro, outra das 12 escolas que integram o grupo das principais agremiações do Carnaval do Rio de Janeiro, também fará alusão aos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil.

A família real também inspirou a decoração neste Carnaval das ruas do Rio de Janeiro, que serão enfeitadas com personagens da corte portuguesa.

O desfile de abertura do carnaval de rua aconteceu terça-feira, com atores a representar a corte portuguesa, num desfile com trajes da época, pelas ruas do centro da cidade.

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BRASIL DE FATO

ONU quer aumentar efetivo policial no Haiti

22/01/2008

Vinicius Mansur, de São Paulo (da Radioagência NP)

Um dos objetivos da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) para os próximos cinco anos é aumentar o efetivo policial de 8 mil para 14 mil homens no país. Este foi o anúncio feito pelo representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU) no Haiti, o tunisiano Hédi Annabi, em sua primeira visita oficial ao Brasil. Annabi afirmou que “uma vez melhorada a situação de segurança, é hora de reconfigurar a Minustah”.

O conselheiro efetivo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, Aderson Bussinger, enviado pela entidade ao Haiti em julho do ano passado, não vê sentido na medida. “Se você dissesse que eles estão mudando o contingente das forças para assistentes sociais, para médicos, para dentistas, para engenheiros, é uma outra natureza. Mas essa natureza que está lá continua sendo uma presença estritamente militar. Essa mudança com caráter mais policial para mim não muda o caráter militarista, beligerante, contra o povo”.

Após sua passagem pelo Haiti, Bussinger preparou um relatório crítico à ação militar no país, defendendo que a intervenção brasileira deveria assumir um caráter humanitário. O conselheiro da OAB também criticou a previsão de manutenção das tropas por mais cinco anos. O término da missão já havia sido adiado para o dia 15 de outubro de 2008. Mas, de acordo com Annabi, o Conselho de Segurança da ONU deverá prorrogar mais vezes a missão.

Além de aumentar o efetivo policial, o representante da ONU também destacou o envio de contingentes militares às fronteiras do país. De acordo com Annabi, o Haiti perde entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões por ano pela falta de controle nas fronteiras.

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FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

Direitos humanos não têm lugar no Fórum

Ravi Kanth Devarakonda

Davos, Suíça, 28/01/2008(IPS) - Os líderes políticos e empresariais no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, se concentraram no terrorismo como uma das maiores ameaças à paz, mas não abordaram o risco que seu combate representa para os direitos humanos.

O presidente do FEM, Klaus Schwab, disse que, além da luta contra o terrorismo internacional, os debates da edição deste ano passavam pela mudança climática, como colocar em marcha um processo de paz factível para o Oriente Médio e a maneira como a tecnologia pode marcar o início de uma nova era de redes sociais para além das fronteiras.

Mas, em nenhuma instância deste encontro de governantes do Norte industrializado, executivos de multinacionais e especialistas em finanças, que começou na quarta-feira e terminou ontem no centro turístico suíço de Davos, se tratou da ameaça aos direitos humanos que implica o modo como os Estados Unidos e seus aliados encararam sua luta contra o terrorismo.

“Estudou-se o assunto com um painel de destacados especialistas legais de 30 países e é um problema grave que leva ao desgaste das instituições responsáveis por garantir o direito”, disse à IPS a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robindon. “Não fomos efetivos na hora de garantir que as medidas antiterroristas salvaguardassem os direitos humanos básicos em vários países”, admitiu. Em Davos não houve um debate específico a respeito.


(IPS/Envolverde) (FIN/2008)

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Diversidades ainda não reconhecidas

Mario Osava

Campo Grande, 28/01/2008 (IPS) - Para muitos, o Fórum Social Mundial perdeu repercussão e eficácia, talvez por adiantar-se muito à opinião pública e a procedimentos políticos ainda dominantes, mas não à realidade deste tempo, que exige soluções complexas e urgentes.

Manter-se como um “espaço aberto” de debates e articulação para o fortalecimento da sociedade civil, de forma horizontal e sem adotar resoluções, rejeitando tentações de se converter em um movimento para influir diretamente no poder marca diferenças com a cultura política vigente e causa tensões internas no FSM. A organização em redes, não hierárquica, com o reconhecimento e o respeito à diversidade em todas as dimensões, são parte da democracia futura que teóricos do fórum pretendem construir a partir de seus próprios processos internos, e que é pouco compreendida pelo publico e mesmo por muitos participantes do próprio FSM.

A crise do clima revitaliza o lema do Fórum, “outro mundo é possível”, acentuando o “necessário” que lhe agregam muitos ativistas. O nível de conhecimento atual do fenômeno indica que a transformação será inevitável, com um sentido positivo se assim decidir a humanidade, ou catastrófico, se predominar a inércia. Isto abre melhores possibilidades de desnudar os valores e as estruturas que conduzem o mundo a um desastre e da necessidade de mudá-los, observou um dos fundadores do FSM, o brasileiro Francisco Whitaker, em recente artigo escrito em defesa de um fórum aberto, diante de propostas de convertê-lo em instrumento de ação.

A questão climática e ambiental estará no centro da conferência mundial que o FSM retomará em 2009, após substituí-la este ano por manifestações descentralizadas do Dia de Ação Global, que aconteceram no sábado. Não por casualidade a Amazônia foi eleita sede do próximo encontro, mais especificamente a cidade de Belém, no Pará. Mas as dificuldades do Fórum derivam, em última instância, da enormidade do desafio de articular e mobilizar a sociedade civil global por “outro mundo”, mais seguro e mais justo.

O planeta se tornou mais complexo com a diversidade de interesses e culturas que já não aceitam a submissão. Mulheres, negros, indígenas, “loucos”, gente com “deficiências”, jovens, homossexuais, todos reclamam protagonismo e inclusão. Para as populações aborígines, os Estados nacionais “não servem, porque seguem um modelo não-indígena, incapaz de entender a diversidade”, afirmou Lisio Lili, membro do povo terena e do Comitê Intertribal, acrescentando uma nova complicação, ainda pouco considerada, ao mundo que os ativistas do FSM querem transformar.

(IPS/Envolverde) (FIN/2008)

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