domingo, 16 de dezembro de 2007

CLÁSSICOS DO TEATRO

PROJETO CLÁSSICOS NO TEATRO DO OPRIMIDO - CTO-Rio.

ANTÍGONA, de Sófocles.
(sexta feira, 21 de dezembro, 19h) Ingresso: R$30,00.

ROMEU E JULIETA, de W.Shakespeare.
(sexta feira, 21 de dezembro, 21h)
Ingresso: R$30,00.

LOCAL: CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO - CTO-Rio.
R. Mem de Sá, 31. Lapa. Centro. Rio.


REALIZAÇÃO:
http://teatroderoda.org
21.2256-0930; 9877-2916
Maria Rita Rezende

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- ANTÍGONA, de SÓFOCLES (496 - 406 a.C.).
Tradução: Millôr Fernandes
Direção: Mariozinho Telles

ELENCO:
Maria Rita Rezende, Jorge Melo, Felipe Garcez,
Marcelo Santos, Priscila Jannuzzi e Malu Costa.

CLASSIFICAÇÃO: 10 anos

DURAÇÃO: 60 min.

Este espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam
Muniz com o patrocínio da Petrobras.

O conhecimento de ANTÍGONA, de Sófocles, é necessário a todas as pessoas que aspirem aos avanços civilizatórios da humanidade pela incomparável envergadura deste debate do indivíduo com a intransponível e impessoal autoridade do poder em um diálogo que se estende além das palavras e que invariavelmente só encontra o seu desfecho no desenrolar dos fatos que recaem sobre o indivíduo e refletem no Estado: a ação de Antígona é tida como o germe do chamado "direito natural", do qual deriva o "direito de resistência"; abre o precedente para a formulação de uma nova concepção jurídica, na Magna Carta de João Sem Terra, em 1215, "the law of land"; "due process of law", princípio genérico que vem encontrar a consagração em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, formulada pela ONU em Paris, que determina que toda pessoa tem direito, em condições de plena igualdade, a ser ouvida publicamente e com justiça por um tribunal independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou para o exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal.

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- ROMEU E JULIETA, de WILLIAM SHAKESPEARE (1564 - 1616).
Tradução: Onestaldo de Pennafort
Direção e dramaturgia: Mariozinho Telles

ELENCO:
Maria Rita Rezende, Raoni Costa, Guilherme Salvador,
Monique Volter, Fabíola Ortiz e Mariozinho Telles.

CLASSIFICAÇÃO: 10 anos

DURAÇÃO: 75 min.

Este espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz com o patrocínio da Petrobras.

Montagem de ROMEU E JULIETA, de William Shakespeare, em abordagem contemporânea, despojada, com intenções coloquiais, poéticas e grandiloqüentes; ambienta na vida atual do Rio de Janeiro o conflito entre Montecchios e Capuletos, localiza seus personagens nas tribos e nos grupos da população desta cidade. O espetáculo enfoca os diferentes modos de tratamento dispensados às questões do amor e a violência como formas de expressão existencial, traz uma revisão histórica da interpretação usualmente dedicada à personagem Julieta Capuleto para resgatá-la como ícone libertário, da coerência, da integridade feminina e da dignidade humana.

Nos textos clássicos tanto se tem descoberto e interpretado quanto há por ser feito e inventado, à luz de cada época em que são revisitados e têm a sua mensagem consolidada através dos séculos, imprimindo, subsidiando e provocando a evolução do pensamento, o desenvolvimento humano. A atualidade encontrada na problemática de muitos dos seus enredos desafia o sentido da evolução de uma sociedade que celebra a sua era tecnológica.

O Projeto CLÁSSICOS DO TEATRO proporciona a iniciação, o desenvolvimento, o aprofundamento artístico, filosófico e cultural, através do estudo cênico, montagem e apresentação das obras clássicas do teatro universal, vivenciando a sabedoria contida em seus volumes, ensinamentos básicos da formação e do desenvolvimento da humanidade, criando um acesso aos valores contidos na ação de seus personagens e às tramas que tecem as relações da nossa sociedade, com as atividades do curso de interpretação, a encenação dos clássicos do teatro universal e a construção do repertório de espetáculos.

O Projeto Clássicos do Teatro teve o seu início em agosto de 2002, com as atividades do curso de interpretação, ministrado por Mariozinho Telles, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, no Rio de Janeiro, desenvolvendo estudos de Shakespeare e de Sófocles, encenando "Romeu e Julieta" e "Antígona", onde reúne o núcleo de atores do projeto em torno dos estudos e do repertório de espetáculos.

Mariozinho Telles - idealizador do Projeto CLÁSSICOS DO TEATRO.



Fotos













Apresentação Antígona na Casa de Cultura Laura Alvim (dez/2005)














Apresentação Antígona o CTO (out/2006)
















CTO (out/2006)
















CTO (out/2006)













CTO (out/2006)













Elenco Antígona CTO (out/2006)













Galerinha











Romeu e Julieta
CTO (out/2006)


39 anos depois do AI-5

Publicado no Consciência.net
Dezembro 13, 2007

O Brasil de hoje é resultado direto do autoritarismo decretado pelo AI-5. Trinta e nove anos depois, pouco mudou. O modelo continua concentrador de renda, exportador e extremamente violento em relação às classes subalternizadas (...) Por Marcelo Salles, do www.fazendomedia.com

Dia 13 de dezembro de 1968, uma sexta-feira. Foi nesse dia que a ditadura empresarial-militar decretou o infame AI-5, suspendendo as garantias individuais mais básicas e legalizando a opressão do Estado. A tortura foi efetivada como sistema de controle. Ser comunista era sinônimo de bandido.

Não sejamos inocentes. O golpe não veio para acabar com o “socialismo” de Jango. Ele veio, como demonstra René Dreifuss em seu clássico “1964: A Conquista do Estado”, para facilitar a implantação das multinacionais no país. As medidas socialistas de Jango eram: aumento do salário mínimo, reforma agrária, controle sobre as remessas de lucros, etc. Nada que os países capitalistas não fazem/fizeram. Os militares foram apenas os testas-de-ferro, que toparam fazer o serviço sujo para que certos empresários ganhassem muito dinheiro, ontem e hoje.

Vale lembrar que as corporações de mídia apoiaram o golpe e a ditadura que seqüestrou, torturou e matou milhares de brasileiros. Notícias eram omitidas ou distorcidas conforme os interesses dos políticos e empresários que se beneficiavam com o controle do Estado. Enquanto isso, setores estratégicos foram abandonados, como Educação e Saúde. Outros foram perigosamente submetidos aos interesses estadunidenses, como Energia, Comunicações e Transportes, além das próprias Forças Armadas.

O Brasil de hoje é resultado direto do autoritarismo decretado pelo AI-5. Trinta e nove anos depois, pouco mudou. O modelo continua concentrador de renda, exportador e extremamente violento em relação às classes subalternizadas. A disputa pela CPMF deixa isso bastante claro, seja por aquilo que explicita, seja pelas implicações omitidas.

O PT, que antes era contra a tarifa, agora é a favor. Diz que o povo não pode ficar sem os 40 bilhões da arrecadação. É o caso de perguntar: e antes, podia? Já PFL e PSDB, criadores do imposto, agora votam contra. Ou seja, as grandes iniciativas de que o país precisa são substituídas por essa pequeneza política tão hipócrita quanto infame.

(...)

Na verdade, o AI-5 nunca foi revogado. Enquanto existirem 72 milhões de brasileiros em situação de “insegurança alimentar”, conforme divulgou o IBGE no ano passado, a memória daquela sexta-feira 13 voltará a assombrar o povo brasileiro. Enquanto o salário mínimo for a quarta parte do mínimo necessário para sobreviver, não se pode dizer que o trabalhador brasileiro tem suas garantias individuais preservadas. Enquanto míseros 26% compreenderem aquilo que lêem, os golpistas de 64 estarão no comando do país.

Para começar a reverter esse estado de coisas, é preciso democratizar a mídia no Brasil. Os avanços serão sempre tímidos e insuficientes enquanto a esquerda não encarar a disputa das representações. É preciso entender que a mídia, hoje, é a instituição com maior poder de produção de subjetividades. Há outras, como a escola, a universidade, a família e etc., mas a mídia é a instituição mais poderosa porque atravessa todas as outras. E produzir subjetividades significa nada menos do que determinar formas de sentir, agir e viver. E votar.

Enquanto o país for dominado por uma mídia de direita, brutalmente concentrada e a serviço da exploração do povo, estaremos sempre em desvantagem. Por outro lado, se conseguirmos viabilizar novas formas de comunicar, fiscalizar a destinação das verbas públicas de publicidade e exigir que elas sejam igualmente distribuídas e garantir acesso à produção e divulgação a todos os setores da sociedade, conseguiremos avançar exponencialmente em todas as nossas batalhas.

Ou a esquerda entra de cabeça na luta pela democratização da mídia, ou será esmagada pelas forças do capital.