domingo, 1 de junho de 2008

A Editora UFRJ e o GPTEC convidam: para o lançamento do livro:

“Trabalho escravo contemporâneo no Brasil: contribuições criticas para a sua analise e denuncia.”

Trabalhador Escravo Dom Pedro            Casaldaliga

Organizadores: Gelba Cavalcante Cerqueira, Ricardo Rezende Figueira, Adonia Prado e Célia Maria Leite Costa.

Data: 09/Junho/2008 (segunda-feira)

Horário: 18hs

Local: Auditório Professor Manoel Mauricio de Albuquerque (CFCH)

UFRJ

Campus da Praia Vermelha
Avenida Pasteur, nº 250

Programação:

Mesa redonda, com a participação do:

- Ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos;

- Dr. Frei Henri Burin des Roziers - Advogado criminalista/Comissão Pastoral da Terra –Pará;

- Cícero Guedes – Trabalhador rural e ex- escravo.

A seguir, haverá a sessão de lançamento do livro e autógrafos, no Auditório Anízio Teixeira – Faculdade de Educação.

Informações
Editora UFRJ: (21) 2541-7946
GPTEC: (21) 3873-5177

O livro reúne contribuições apresentadas no “Seminário Internacional sobre Trabalho Escravo por dívida e Direitos Humanos”, realizado em novembro de 2005.

Relação dos autores do livro:

Adonia Antunes Prado

Benjamin Buclet

Bhavna Sharma

Carlos Henrique Kaipper

Carolina de Cássia R. de Abreu

Célia Maria Costa

Ela Wiecko Volkmer de Castilho

Erlan José Peixoto do Prado

Espedita Araújo

Flávio Antonio Gomes de Azevedo

Gelba Cavalcante de Cerqueira

Hélio Bicudo

José Carlos Aragão Silva

Leonardo Sakamoto

Márcio Rached Milani

Maria Amália Silva Alves de Oliveira

Maria Antonieta da Costa Vieira

Maria Cristina Cacciamali

Neide Esterci

Patrícia Audi

Ricardo Rezende Figueira

Ruth Vilela

Suely Souza de Almeida

Ubiratan Cazetta

Vitale Joanoni Neto

Xavier Plassat

Depoimentos:

Cícero Guedes dos Santos

Aurélio Moraes

Antônia Maria da Costa Silva


Realização:

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Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, NETCCON.ECO.UFRJ e ANDI

Gazir trata da ajuda dada pela Comunicação criada pela Periferia à formulação de políticas públicas sociais

Auditório da CPM-ECO, Campus da Praia Vermelha (UFRJ)
Segunda 2/6/2008, e em todas as outras segundas de 2008/1, sempre das 11h às 13h.

Pensar como experiências de comunicação realizadas em periferias cariocas podem contribuir para a formulação de políticas públicas sociais voltadas para estes espaços, é o que pretende abordar o jornalista Augusto Gazir, coordenador do Núcleo de Comunicação do Observatório de Favelas e também professor da Escola de Comunicação da UFRJ, amanhã, dia 2, na Disciplina e Curso de Extensão Jornalismo de Políticas Públicas Sociais, uma realização NETCCON.ECO.UFRJ e ANDI, sob a coordenação do Prof. Evandro Vieira Ouriques.

“Quero discutir como ações de comunicação que estão sendo implementadas nas comunidades contribuem para a proposição e a criação de políticas públicas para esses locais”, afirma Augusto ao considerar que um dos desafios na sociedade é o de superar desigualdades não apenas sociais, mas também simbólicas.

Para Gazir, é preciso pensar políticas e “empoderamento” –empowerment– cultural e simbólico das sociedades, é o que o jornalista se refere em conferir poder a estas populações poder de se retratarem a partir da produção de conteúdo e informação e de “experiências de comunicação dos próprios agentes de produção cultural”.

Como exemplo, ele citou uma parceria do Observatório de Favelas realizada com o Canal Futura. “O Canal Futura que não é um veículo público e, sim das organizações do Roberto Marinho, tem organizado fóruns com organizações da sociedade civil para elaborar formas de colaboração participativa no canal”.

Este conceito de produção colaborativa, explica Gazir, não é só cobrir o que acontece na periferia, mas com o intuito também de fazer um retrato, um produto resultado de uma produção comum e coletiva. “Com o Observatório e outras entidades, essa iniciativa poderia resultar, por exemplo, em uma política pública de comunicação a fim de reunir Estado e sociedade”, salientou.

Para Augusto, é importante entender política pública para além da noção do papel que se tem do Estado, e sim com uma política que envolve também a sociedade civil. “O Estado tem que abrir para o diálogo”.

Ele destaca que devido a ausência de estatísticas formais e de informação e conhecimento sobre a periferia e a favela, “faz com que o Estado realize políticas equivocadas e que não haja um poder de pressão maior”.

O jornalista ressaltou, numa perspectiva histórica, as políticas higienistas no início do séc XX, a criação dos grandes conjuntos habitacionais da Cidade de Deus e da Vila Kennedy no governo militar, e mais recentemente o Programa de Aceleração do Crescimento, conhecido como o Pac das favelas.

“Atualmente, não temos mais o tema de remoção, mas sim o da reurbanização. O PAC é uma intervenção bastante vertical, assim como o Favela Bairro. Apesar de todos os avanços do PAC, o desafio é justamente fazer ouvir as outras pessoas, os próprios moradores”, afirmou.

No Rio de Janeiro, destaca Gazir, não há apenas desigualdades sociais e econômicas, “as favelas têm sido um anti-símbolo da imagem que o Rio tem de cidade maravilhosa”. E o desafio é sensibilizar o Estado para estas questões. “É justamente fazer com que esses projetos e iniciativas tomem a proporção de uma política pública e uma implementação do Estado”.

Estas políticas que não visam uma interação com a sociedade, segundo Gazir, correm o risco de não serem eficientes por não abrirem espaço para diálogo com a população que vive nestes locais.

Sobre a grande mídia, Augusto Gazir afirma que “por mais que ela alimente estereótipos, eu não penso em uma dicotomia. O estereótipo que a grande imprensa faz é fruto do desconhecimento”.

Ele defende que a grande mídia seja pautada a fim de superar esta “desigualdade simbólica”, contribuir para a pluralidade e expor outras visões de mundo com a afirmação de mais uma voz, ter um espaço mais plural de ação argumentativa. E, ao contrário dos que muitos pensam “ela não tem que ser combatida”.

Augusto Henrique Gazir Martins Soares é jornalista e mestre em Ciências Sociais. Foi repórter da Folha de S. Paulo em São Paulo, Brasília e Buenos Aires, produtor e editor da BBC Brasil, em Londres e, atualmente, é jornalista freelance. Atua há dois anos como coordenador do Núcleo de Comunicação do Observatório de Favelas e é professor na Escola de Comunicação ECO-UFRJ.

Site para consulta:

www.observatoriodefavelas.org.br/observatorio/index2.asp

Esta disciplina, oferecida aos alunos da Universidade e à Sociedade em geral, é resultado do convênio entre o Programa Acadêmico do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON/ECO/UFRJ, coordenado pelo Prof. Evandro Vieira Ouriques, e a Agência de Notícias dos Direitos da Infância-ANDI.

O Programa Acadêmico do NETCCON dedica-se às relações entre a mídia, a ética e a não-violência (no sentido de luta sem violência), tendo em vista o vigor da experiência de comunicação, da auto-construção da cidadania e da responsabilidade socioambiental na Mídia, na Política e nas organizações. Neste sentido o NETCCON criou e vem oferecendo há três anos consecutivos também a disciplina Construção de Estados Mentais Não-violentos na Mídia.

O Programa Acadêmico do NETCCON visa: Prover a Sociedade, sob a perspectiva das Ciências da Comunicação, com estudos e metodologias de prevenção e superação da violência, que contribuam para o salto de qualidade: (1) na cobertura midiática das Políticas Sociais e em sua gestão pública; (2) nas políticas e estratégias de Comunicação para a Responsabilidade Socioambiental; e (3) no padrão ético ("voz própria" e "vínculo") do trabalho de presença e colaboração nas Redes e Organizações. O NETCCON criou e oferece também a disciplina Comunicação, Construção de Estados Mentais e Não-violência, e está criando a disciplina Comunicação e Responsabilidade Socioambiental. Maiores informações sobre o NETCCON podem ser obtidas através de evouriques@terra.com.br.

Conheça mais sobre a disciplina aqui:
http://informacao.andi.org.br:8080/relAcademicas/site/visualizarConteudo.do?metodo=visualizarUniversidade&codigo=6

Palestras a serem realizadas em 2008/1:

Semana 13 (09/06): O paradigma dos Direitos da Criança e do Adolescente: A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Palestrante: Wanderlino Nogueira Neto (ABONG)

Semana 14 (16/06): A Mídia e a Questão das Políticas Públicas Sociais no Brasil.
Palestrante:
Guilherme Canela (ANDI)


Semana 15 (23/06)
: O Paradigma da Diversidade Cultural.

Palestrante: Profa. Sílvia Ramos (CESEC)

Semana 16 (30/06): Jornalismo prospectivo e o futuro das políticas públicas sociais como pauta.
Palestrante: Rosa Alegria (NEF-PUC/SP, NETCCON.ECO.UFRJ, Millennium/UNU)

ABI quer apuração rigorosa do seqüestro da equipe de "O Dia"

Em nota divulgada na noite de ontem, (31/05), logo após a circulação da edição dominical de "O Dia" que noticiou o episódio, a ABI reclamou das autoridades do Governo do Estado do Rio a realização de investigações para apurar o seqüestro, torturas e ameaças de que vítimas um repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal que realizavam uma reportagem sobre a ação de milícias paramilitares no chamado Bairro Batã, comunidade popular da Zona Oeste da capital fluminense. Por medida de segurança e a conselho das autoridades policiais, o jornal não divulgou o nome das três vítimas do seqüestro.

A declaração da ABI tem o seguinte teor:

"A Associação Brasileira de Imprensa recebeu com forte sentimento de indignação a notícia do seqüestro e das torturas e ameaças infligidas a uma equipe de reportagem do jornal "O Dia" do Rio de Janeiro e ao motorista que a transportava por integrantes de milícias enraizadas em uma comunidade da Zona Oeste da capital fluminense, os quais tiveram um comportamento marcado pela impiedade, pelo desrespeito à lei a que são obrigados e pela sensação de impunidade que os estimula a se manter na senda do crime.

Considera a ABI que o fato se reveste de extraordinária gravidade, sobretudo porque sua divulgação se faz na edição de "O Dia" com data de lº de junho, que é celebrado por força de lei federal como o Dia da Imprensa. É contristador verificar, mais uma vez, que o exercício de sua relevante atividade profissional e missão social pelos jornalistas se faça ainda com pesados riscos e padecimentos, como os enfrentados e vividos por esses dois jornalistas e pelo motorista que os acompanhava. É igualmente triste que esse episódio se torne público na véspera do dia do sexto ano da morte do jornalista Tim Lopes, repórter da Rede Glob torturado e morto por traficantes no dia 2 de junho de 2002, num sinal de que não se modificaram as condições que conduziram à imolação desse inesquecível companheiro.

Entende ABI que essa inominável violência deve ensejar resposta imediata e vigorosa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, cuja Secretaria de Segurança Pública precisa realizar com abrangência e profundidade investigações que conduzam à identificação dos autores dessa intolerável agressão à liberdade de imprensa e de informação, para destituí-los do poder que acintosa e desdenhosamente exibem e submetê-los a processo penal, para expiação dos vários crimes que praticaram.

A ABI postula nesse particular uma manifestação expressa do Senhor Governador Sérgio Cabral de condenação do episódio e de garantia de que as investigações não se perderão no desinteresse das autoridades policiais incumbidas de realizá-las e principalmente da cúpula da Secretaria de Estado de Segurança Pública, que precisa desde logo informar à sociedade as providências que já venha adotando com esse fim.

A ABI dirige uma exortação aos sindicatos de jornalistas e às demais entidades representativas da comunidade jornalística e das empresas de comunicação, assim como a outras instituições da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil-Seção do Estado do Rio de Janeiro, para que manifestem ao Senhor Governador do Estado sua preocupação em relação ao risco de que as investigações ora reclamadas sejam marcadas pela ineficácia, deficiência comum quando os agentes do crime são integrantes do aparelho policial.

Por fim, mas não menos importante, a ABI expressa sua palavra de conforto e solidariedade aos dois jornalistas e ao motorista da equipe seqüestrados e à corporação de "O Dia", que não tem esmorecido no esforço para exercer bem o direito de informar e, assim, honrar a confiança de seus leitores.

Rio de Janeiro, 31 de maio de 2008.

Maurício Azêdo, Presidente da ABI."

http://www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=2535