segunda-feira, 25 de junho de 2012

Compromissos de reflorestas alcançam 12% das áreas verdes



Posted on 18 June 2012 by admin

Por Fabíola Ortiz

RIO DE JANEIRO, 18 Junho (TerraViva) – O mundo se comprometeu até agora a restaurar apenas 18 milhões de hectares de florestas até 2020, o que corresponde a apenas 12% da meta de 150 milhões de hectares acordada no Desafio de Bonn, na Alemanha, em 2011.

Foto: Fabíola Ortiz / Acre, Amazônia
 
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 18 de janeiro, durante a Conferência da Rio+20 pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que fez um apelo global para que mais países se unam à corrente voluntária e comprometam-se a reflorestar e a recuperar as áreas verdes no mundo.

Existem atualmente 2 bilhões de hectares no planeta que precisam ser restaurados, alerta o diretor de Soluções Baseadas na Natureza da IUCN, Stewart Maginnis.

“Queremos ver ações reais, temos que enfocar nesta meta para os próximos 10 anos de 150 milhões de hectares. Já temos um pouco mais de 10% de compromisso firmado. Este é o primeiro passo, temos já conversado com outros governos e acho que daqui vamos avançar até o final do ano”, garantiu à IPS Maginnis.

Pelo fato de ser uma adesão voluntária, não haverá nenhum tipo de punição para os países que aderirem. No entanto, Maginnis admitiu haver “muito entusiasmo” por parte dos países que estão na Rio+20.
 
Segundo o próprio presidente da IUCN, Ashok Khosla, as vantagens em restaurar florestas são muitas e com grandes impactos positivos nos ecossistemas e na biodiversidade.
“A meta para 2020 é passível de ser alcançada, mesmo que ambiciosa. Serão necessários U$S 18 bilhões de dólares de investimentos por ano”, anunciou Khosla.

Somente o Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou que irá restaurar 15 milhões de hectares.

O governo de Ruanda também já assumiu o compromisso de recuperar 2 milhões de hectares.

O Brasil, através do pacto Restauração da Mata Atlântica, uma coalizão de agências governamentais, ONGs e setor privado, divulgaram que pretendem recuperar 1 milhão de hectares no país.

Segundo avaliações da União Internacional para a Conservação da Natureza,  a restauração de 150 milhões de hectares injetaria U$S 80 bilhões na economia global e seria capaz de reduzir em 17% o buraco das emissões de gases de efeito estufa que tem forte impacto nas mudanças climáticas.

Segundo Gustavo Sánchez, presidente da Rede Mexicana de Organizações Camponesas Florestais e integrante da Aliança Mesoamericana de Povos e Bosques, somente na região da América Central, há 20 milhões de hectares de áreas verdes que precisam ser recuperadas.

“Há muitos exemplos de insucesso de reflorestação com fins propagandísticos. É preciso desenhar uma política de ciclo de cultivo do bosque, plantar uma árvore é apenas um dos passos, o seguinte é definir o modelo de como vai ser feita essa restauração. Nós propomos uma reflorestação produtiva com um objetivo ecológico e sustentável”, disse à IPS Sánchez.

O representante da Aliança Mesoamericana defende ainda a criação de um fundo de manejo sustentável para a região, mas admite que não há uma articulação interregional entre os governos. “Mas a nível nacional, cada um já pode começar a incentivar um fundo para garantir linhas de crédito”.

Campanha ‘Plante um Compromisso’

Foto: Fabíola Ortiz / Rio Juruá, AC, Amazônia
Para conseguir apoio público para o Desafio de Bonn, a ativista Bianca Jagger fez um apelo global para a campanha online “Plante um Compromisso” (em inglês Plant a Pledge).

“Esta é a maior iniciativa de restauração de florestas que o mundo já viu. Não há mais como continuar a degradação do ecossistema. Quando atingirmos as metas, vamos ver os impactos tangíveis para as futuras gerações. Este é apenas o começo, ainda temos que convencer os políticos no mundo todo. Temos que reduzir a lacuna que há entre governos, assunção de compromissos e emissões de carbono”, defendeu Jagger que é a embaixatriz da campanha.

Segundo o relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre o estado das florestas no mundo (em inglês State of the World’s Forests 2012 – SOFO), as florestas são a melhor forma de estoque de carbono, pois são capazes de armazenar 289 gigatoneladas de carbono e ainda servir de arma para mitigar as mudanças climáticas. As florestas abrigam dois terços da biodiversidade terrestre.

O diretor da IUCN defendeu ainda que os negociadores do documento final da conferência reavaliem a importância de restaurar as florestas no mundo e incluam novamente este ponto na declaração da Rio+20.

“Ficamos desapontados porque a restauração de floretas estava no texto original e foi retirada. O que está escrito no documento hoje não inclui ações agroflorestais que melhoram a conservação do solo. Queremos que os negociadores reconheçam a importância da restauração das áreas verdes. Este tema deve retornar à pauta”, argumentou Maginnis.

(IPS/TerraViva)




Quem paga a conta da economia verde?


Posted on 17 June 2012 by admin

Por Fabíola Ortiz



 RIO DE JANEIRO, 17 jun (TerraViva) – Quem pagará a conta da transição para uma economia verde em um momento em que o contexto de crise do cenário econômico mundial não favorece a tomada de nenhum compromisso financeiro e de aporte de recursos?

Os meios de financiar a passagem para um modelo econômico de baixo carbono tem sido tema de discussão dos inúmeros eventos paralelos à conferência Rio+20, como o Fair Ideas que decorre neste fim de semana na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Promovido pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (IIED), o evento reuniu especialistas para debater temas ligados à sustentabilidade no desenvolvimento dos países, nos negócios e nos centros urbanos.

Especialistas debatem Economia Verde.

“Nós ainda não vemos ação na escala necessária, a velocidade de mudança é muito abaixo do necessário. O que cabe à ONU é criar uma visão comum e estimular um compromisso político entorno de novos paradigmas que não são pequenos”, disse à IPS  Virgilio Viana, fundador e superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Enquanto impera a divergência na elaboração do documento final da Rio+20 que, em nome de enxugar a declaração final, negociadores retiraram pontos polêmicos como a proposta feita pelo G-77 de criação de um Fundo de U$S 30 bilhões para financiar as ações de transição dos países mais pobres para a chamada economia verde, ambientalistas e críticos ao processo de negociação defendem outras ferramentas.

“Precisamos pensar em outros mecanismos inovadores de financiamento”, argumenta Viana. A ideia do Fundo, ainda que importante, não se mostra viável no momento atual em que países deveriam se comprometer financeiramente.


O idealizador do FAS pondera que, mesmo que o Fundo fosse criado, sua burocracia emperraria a destinação de recursos e o tornaria ineficiente. Viana defende o estabelecimento de uma taxa para as transações financeiras a nível global como forma de arrecadar recursos.

Questionada por IPS, a ministra do meio ambiente da Dinamarca – país que assumiu em 2012 a presidência rotativa da União Europeia –, Ida Auken, recém chegada ao Rio de Janeiro para a Conferência, afirma estar otimista e que é possível ir além do que está sendo discutido pelos negociadores.

“A Conferência ainda não acabou, estamos engajados nessa discussão (da economia verde) em que nós, como políticos, podemos avançar para além dos negociadores. É nossa obrigação fazer isso. Sabemos que não é preciso tantos recursos para realizar ações efetivas. Podemos atrair investimentos privados e ter mais capacidade para investir no mundo em desenvolvimento. A economia verde não é apenas um caminho a seguir, é o único caminho a seguir”, afirmou Ida Auken.

Na declaração final da Rio+20, além de o fundo bilionário ter sido descartado, também foi adiada a definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (SDGs, em inglês, Sustainable Development Goals). O detalhamento de metas ficará para um processo de negociação pós-Rio+20.

A ministra dinamarquesa enfatizou o “dever de traçar metas e alvos ambiciosos”, mas reconhece que apenas será alcançado um consenso dos temas que deverão estabelecer os SDGs.

“Devemos falar dos principais pontos da nossa economia, como retirar as pessoas da pobreza, garantir água, preservar oceanos, florestas, segurança alimentar e energia que devem ser gerenciados de forma sustentável e devem ter seu acesso garantido para a população. São essas as áreas principais, além de cidades sustentáveis já que mais e mais pessoas vivem nos centros urbanos. A forma como as cidades se desenvolvem é extremamente importante”, concluiu.

Virgilio Viana da FAS vai além e discute a necessidade de estabelecimento de indicadores para medir o cumprimento dessas metas.

“É uma discussão técnica e científica, este não é papel dos chefes de Estado e de Governo que é o de elencar os temas”, destacou.

2% do PIB mundial para economia verde

O PNUMA estima que, para começarmos a transição rumo a uma economia verde, são necessários U$S 1.3 bilhões.

Segundo o relatório da Coalizão pela Economia Verde (Green Economy Coalition no documento “The Green Economy Pocketbook”), se 2% do PIB mundial for investido em economia verde, serão criados cerca de 9,6 milhões de novos empregos por ano.

A pegada ecológica da humanidade já ultrapassa a 52% da capacidade de renovação e regeneração dos recursos naturais do planeta.

Florestas que são geridas por populações locais e tradicionais ocupam cerca de um quarto das florestas do planeta e provêem entre U$S 75 e 100 bilhões por ano em bens e serviços florestais.

Só em 2007, o pagamento por serviços ambientais totalizaram U$S 77 bilhões em todo o mundo e deve alcançar o patamar de U$S 300 bilhões em 2020.

De acordo com o PNUMA, os ecossistemas fornecem serviços essenciais à humanidade na ordem de U$S 72 trilhões por ano, comparável até mesmo à renda mundial bruta dos países.

Mesmo assim, aproximadamente dois terços dos ecossistemas globais são considerados degradados. Bens naturais protegidos fornecem à economia um retorno de até 100 vezes mais do que se gasta para mantê-los.

O grupo de trabalho sobre Economia da Adaptação Climática constatou que as ameaças climáticas podem custar às nações 19% do seu PIB até 2030, sendo que os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis.

De acordo com avaliação da empresa Munich Re, uma das maiores companhias de resseguro do mundo, o ano de 2011 foi o mais custoso e bateu o record de catástrofes naturais, contabilizando U$S 776 bilhões.

(IPS/TerraViva)

Guia para consumo em um mundo pequeno


 

Posted on 16 June 2012 by admin

Por Fabíola Ortiz

 RIO DE JANEIRO, 16 jun (TerraViva) – Enquanto o mundo ainda tenta encontrar consenso num documento final da Rio+20 em torno de temas como a definição de objetivos do desenvolvimento sustentável, organizações sociais e civis provam que Rio+20 não é apenas para chefes de Estado e reuniões de alto nível.

Em busca de atitudes sustentáveis e de um consumo consciente, a Rede WWF (World Wildlife Fund) lançou nesta sexta-feira, 15 de junho, em primeira mão um “Pequeno guia de consumo em um mundo pequeno” com dicas práticas de como ter atitudes mais responsáveis no nosso dia a dia.


 
Para um mundo que tem se tornado cada vez menor face às necessidades de consumo da população mundial, o lema da sustentabilidade tem sido: reduzir o consumo, reutilizar o que for possível e reciclar.


"A Rio+20 não é apenas para os chefes de Estado discutirem. A gente tem que parar de ficar na palavra e ir para a ação e, nesse sentido, não dá para depender apenas dos nossos líderes. A sociedade tem que se mobilizar e partir para a atitude. A gente vive num mundo que não precisa do consumismo”, disse à IPS o coordenador do programa de educação para as sociedades sustentáveis da Rede WWF, Fabio Cidrin.
 
Viver de uma forma mais consciente passa por pequenos exemplos, como deixar o carro na garagem duas vezes por semana. “Assim você vai gastar menos gasolina, menos em manutenção, alivia o trânsito da cidade e emite menos gases poluentes”, argumenta.

Pequenas atitudes que passam por apenas ligar o ar condicionado quando necessário e abrir mais as janelas, ou substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou LED que economizam mais energia e algumas não são tóxicas. Ou até mesmo pintar as paredes do ambiente com cores claras para refletir a luminosidade. Tudo isso faz diferença quando cada um põe em prática um pouco de sustentabilidade em casa.


É como uma pedrinha no lago que se espalha. Como consumidor a gente pode exigir que os produtos sejam melhores, que os bens sejam mais duráveis e eletroeletrônicos não sejam tão descartáveis”, disse Cidrin.
O guia traz dicas práticas para a casa, trabalho e transporte de forma lúdica com humor que fazem refletir sobre o cotidiano, como por exemplo: “Ser moderno é só trocar o celular quando parar de funcionar ou não cair na armadilha das compras irresponsáveis”.

O guia também apresenta orientações de como se alimentar de uma forma saudável para uma vida mais sustentável. Cerca de um terço dos alimentos comprados no supermercado são desperdiçados e, se levarmos em conta o processo produtivo, o desperdício chega a 40%.

A sociedade está padecendo de doenças vasculares, crônicas e diabetes por causa da má alimentação com muito sódio, açúcar e carboidratos pobres, além de conservantes”, salienta o coordenador do WWF.

Comer menos carne também é uma opção mais sustentável. “A carne tem uma pegada ecológica muito grande, para cada quilo de carne, foram necessários 12.500 litros”, lembra.

O lançamento em primeira mão do guia de consumo para um mundo que tem se tornado cada vez menor para o consumismo humano, inicialmente terá 4.000 exemplares em português distribuídos pelas atividades da Conferência Rio+20 e Cúpula dos Povos, além de outros 3.000 guias com versões em inglês e espanhol.

Este material será utilizado no plano de educação e comunicação comunitária para o consumo responsável em cinco cidades brasileiras em cada região do Brasil aonde a Rede WWF tem ajudado a implementar a coleta seletiva e fortalecido às associações de catadores. As cidades são Belo Horizonte, em Minas Gerais; Natal, no Rio Grande do Norte; Rio Branco, no Acre; Pirenópolis, em Goiás; e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

No Brasil, a política nacional de resíduos sólidos determina que até 2014, a coleta seletiva seja implantada em todos os 5.565 municípios brasileiros.

(IPS/TERRAVIVA)

“Não basta estar presente na Rio+20, tem que ter compromisso”, defende biosífico brasileiro


Posted on 16 June 2012 by admin

Por Fabíola Ortiz

RIO DE JANEIRO, 16 jun (TerraViva) – Não basta estar presente na Rio+20, tem que ter compromisso, é o que defende o biofísico brasileiro Henrique Lins de Barros, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).

O pesquisador se baseia na ideia de que a diversidade cultural e a biodiversidade são essenciais para se pensar o desenvolvimento sustentável como um passo futuro da Rio+20.

Não só de discussões oficiais e de chefes de Estado e de Governo que se baseia a Conferência das Nações Unidas. Outros 500 eventos paralelos oficiais tem o objetivo de mobilizar a sociedade civil e trazer para o dia a dia a reflexão sobre a sustentabilidade.


Foto: Fabíola Ortiz / Armazem POP Ciencia, zona portuária no Rio
 
Nesta sexta-feira, o pesquisador do CBPF falou a 70 adolescentes alunos de escolas públicas sobre a necessidade de mudanças de hábitos para preservar a diversidade biológica e mesmo garantir a permanência da própria espécie humana no planeta.

Autor do livro “Biodiversidade em Questão” (Editoras Fiocruz e Claro Enigma), Lins de Barros questiona a forma como o ser humano explora os recursos naturais e que pode traçar o mesmo destino que os dinossauros, a sua extinção.

Com a falência ambiental, o homem pode rumar para a guerra e conflitos. Ou mudamos a forma com que usamos a natureza e lembramos que fazemos parte dela, ou não vamos mais ter espaço no planeta”, afirmou o biofísico.

A história da vida na Terra é de permanente perdas e extinções, destacou. “E o que nos levou hoje a esse estado que vivemos é o consumo exagerado e a poluição desenfreada. O que prevaleceu nesse período foi a ganância sem olhar para o meio ambiente”, disse.

150.000 espécies desaparecem por ano

Só o Brasil, país anfitrião da Conferência da ONU vinte anos depois da Rio92, abriga mais de 13% de todas as espécies conhecidas, além de 40% das florestas tropicais que desempenham um papel de regulação do clima do planeta.


A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) estima que, no mundo, 11% das espécies de aves, 25% dos mamíferos, 25% dos anfíbios, 20% dos répteis, 34% dos peixes e 12% das plantas estão ameaçadas de desaparecer nos próximo 100 anos.

No mundo todo, estima-se que por ano, entre 20.000 e 150.000 espécies desaparecem, e boa parte delas se extingue por causa das ações humanas.

Dos mais de 200 países que compõem o mundo, apenas 17 detem mais de 70% da biodiversidade como Brasil, Bolívia, Colômbia, Congo, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Índia, Indonésia, Quênia, Madagascar, Malásia, México, Peru, África do Sul e China.

Só no Brasil, um total de 627 espécies de animais e 472 de plantas correm o risco de não mais constar do mapa da biodiversidade.

E ainda, o que restou atualmente dos diversos ambientes nativos também preocupa: a maior perda de cobertura verde se deu na Mata Atlântica, da qual resta apenas 27%, da Caatinga, restaram 63%, dos Pampas, 41%; do Cerrado, 60%; da Amazônia, 85%; e do Pantanal, 87%.

Lins de Barros defende um manejo sustentável das espécies tanto de animais quanto de vegetais.

A gente tem que olhar o mundo de outra maneira. O homem pode traçar o mesmo destino que os dinossauros, a diferença que os dinossauros viveram milhões de anos e nós alguns pouco mil anos”, discutiu.

Contrato tecnológico com a natureza

Segundo disse à IPS, o biofísico que se lançou a pesquisar sobre a biodiversidade e a ajudar na popularização da ciência, a sociedade tem que procurar perceber o tamanho da crise e a sua responsabilidade. Ele defende um contrato tecnológico com a natureza.

Enquanto o filósofo francês Jean Jacques Rousseau elaborou o contrato social no século XVIII, em 1990, MichelSerres escreveu o contrato natural de forma a respeitar a natureza. “A minha crítica é que a natureza não assina contrato, mas a tecnologia tem que assinar. Temos então que fazer um contrato tecnológico”, defendeu.

Como podemos preservar a biodiversidade nas nossa vidas? Para Lins de Barros é possível, a começar por redimensionar a relação que temos com ela.

Estamos cada vez mais presos e olhamos o mundo através de equipamentos, de um telescópio, um microscópio ou uma televisão. Temos que ter mais sensibilidade com a natureza e, assim, mudar as práticas sutilmente. Não haverá mudanças rápidas”.

No fundo, é ser mais modesto com o mundo, define. O biofísico brasileiro participou do evento paralelo à Rio+20 no Armazém Pop Ciência, na região portuária do Rio de Janeiro, que reúne mais de 50 instituições de ensino e pesquisa, até dia 22 de junho, com atividades de divulgação da ciência, tecnologia e inovação para a sustentabilidade. 

(IPS/TerraViva)





Rio+20: Reforma agrária mais sustentável no Brasil


Posted on 15 June 2012 by admin

Por Fabíola Ortiz

RIO DE JANEIRO, 15 jun (TerraViva) – É possível realizar uma reforma agrária sustentável com desmatamento zero na Amazônia? Este é  o desafio que o governo brasileiro tem se lançado nos últimos dois anos.
Atualmente, só na Amazônia brasileira, vivem 580 mil famílias assentadas em terras de reforma agrária em quatro mil projetos de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O presidente do INCRA, Celso Lacerda, garantiu à IPS ser “plenamente possível” conciliar os interesses e garantir a produção de alimentos em assentamentos de reforma agrária sem desmatar.

Em um evento promovido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) no Side Events durante a Rio+20, dedicado às atividades da sociedade civil – os chamados ‘Major Groups’ –, ainda que atrasado, o Brasil já avança no caminho do desenvolvimento de modelos de assentamentos sustentáveis de baixo carbono.

Foto: Divulgação IPAM / Assentamento sustentável na Amazônia
 
Nós podemos ter uma reforma agrária de baixo impacto ao meio ambiente, socialmente mais justa e economicamente mais eficiente. Estamos muito atrasados”, admitiu por sua vez à IPS o diretor do programa de mudanças climáticas do IPAM, Oswaldo Stella.

Os primeiros projetos de assentamentos sustentáveis na Amazônia estão no estado do Pará, próximos aos municípios de Altamira, Itaituba e Santarém: estão distribuídos no território da Transamazônica e Xingu, Território do Baixo-Amazonas e Território da rodovia BR-163 (que liga Cuiabá, no Mato Grosso, a Santarém, no Pará).

Financiado pelo Fundo Amazônia com recursos da ordem de R$ 25 milhões para os próximos cinco anos, o desafio é transformar os assentamentos da Amazônia, que historicamente são pouco rentáveis e grandes geradores de gases de efeito estufa para uma economia de baixo carbono capaz de manter os estoques de carbono florestal nos assentamentos, explica Oswaldo Stella.

O projeto ainda é um modelo piloto que está sendo desenvolvido para ser replicado a outras regiões da Amazônia. Inicialmente, o projeto pioneiro se realiza em 21 assentamentos de reforma agrária localizados na região oeste do Pará, contemplando 5.720 famílias numa área de mais de 500.000 hectares.
 
O coordenador do IPAM explica que um modelo de baixo carbono envolve a adoção da estratégia de manejo sustentável dos recursos naturais, a melhoria da produtividade agropecuária, preservando ao mesmo tempo a floresta em pé e evitando a emissão de CO2.

A meta é impedir a emissão de cerca de 1,8 milhões de toneladas de CO2 num período de cinco anos por 350 famílias inseridas num projeto específico de pagamento pelo desmatamento evitado.

A reforma agrária no Brasil tradicionalmente se deu por pressão popular graças à mobilização de movimentos sociais. Segundo Celso Lacerda, a reforma se deu em um “ambiente tenso e, consequentemente, foi feita de uma forma muito desqualificada”. O lema era apenas distribuir terras sem qualquer tipo de infraestrutura ou assistência técnica. Este processo, reconhece Lacerda, levou à favelização do campo.


Muitos ficam em situação de miséria. Na década de 1990, foram assentados cerca de 400 mil famílias nessas condições. Não há como pensar em discutir produção sustentável sem haver infraestrutura básica”, disse o presidente do Incra.

Há dois anos, o foco começou a voltar-se para criar políticas diferenciadas para a mudança do modelo dos projetos de assentamento. Antes, colonizar era sinônimo de desmatar. O corte e a queima eram as únicas modalidades de cultivo agrícola dos pequenos agricultores familiares.

A agricultura voltada para a produção de commodities já tem todos os instrumentos para funcionar, mas não a agricultura familiar. Fortalecer a agricultura familiar na Amazônia reduz o desmatamento, a pobreza, o risco à segurança alimentar e distribui renda. É uma ação com múltiplos benefícios”, argumenta o coordenador do IPAM ao defender maior acesso às linhas de crédito, assistência técnica, regularização fundiária e maior capacitação no cultivo. “Estes são os principais elementos para construir um novo ambiente para que essa agricultura possa se desenvolver”.

Hoje no Brasil, segundo dados do INCRA, 940 mil famílias estão assentadas num território de quase 90 milhões de hectares, correspondente a mais de 10% do território brasileiro com projetos de assentamentos de reforma agrária. Contudo, muito ainda falta ser feito em prol de modelos mais sustentáveis de assentamentos


.(IPS/TerraViva)


Ahmadinejad defende o direito à energia nuclear e se diz vítima de ataque midiático


Fabíola Ortiz (Opera Mundi)


Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, iraniano afirmou que pretende aprofundar acordos com o Brasil em diversas áreas

Sem poupar críticas aos Estados Unidos e às “nações dominadoras do Ocidente”, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que a questão nuclear é um dos maiores “sinais de injustiça” da ordem mundial, no que classificou de uma “guerra midiática” que o país persa tem sofrido.

Foto: Fabíola Ortiz / Presidente do Irã dá coletiva de imprensa durante a Rio+20
 
Ao contrário do breve discurso no primeiro dia da Conferência das Nações Unidades para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, com a presença dos chefes de Estado, o presidente concedeu na última quinta-feira (22/06) uma longa entrevista coletiva a um grupo seleto de jornalistas no hotel onde está hospedado, no Rio de Janeiro. O iraniano contava com forte esquema de segurança, realizado por agentes vindos de Teerã para acompanhar a visita oficial ao Brasil.

Sem lançar polêmica, Ahmadinejad respondeu a questões sobre cooperação com o Brasil e países da América Latina e reforçou suas críticas aos países ricos detentores de armas nucleares definindo-os como agressivos, colonialistas e que querem impedir o desenvolvimento do Irã.

“Já assinamos o tratado de não proliferação [de armas nucleares] e estabelecemos mais cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Mas por que tantas pressões? Sempre anunciamos que não queremos ter e nem fabricar bombas atômicas. Não existe nenhum sinal de desvio do nosso programa nuclear. Será que o problema é mesmo só a bomba atômica?”, enfatizou.

Segundo o chefe de Estado, a energia nuclear deve ser acessível a todas as nações. “A questão nuclear é um dos sinais de injustiça que vemos nessa ordem atual. Mas nós acreditamos que ninguém deve possuir armamentos nucleares. Este é um instrumento para impor a opressão. Eles pensam que as armas devem estar nas mãos deles”, declarou, referindo-se aos Estados Unidos e aos países ocidentais.

“Qual é o problema? Para nós é bem claro que eles não querem o desenvolvimento e o progresso iraniano, um país que está fora do alcance e da dominação deles, e que quer crescer. Eles não querem permitir isso”, argumentou.
Ao ser questionado sobre o encontro que terminou sem acordo, na última terça-feira (19/06), em Moscou, entre o Irã e seis potências mundiais – Estados Unidos, China, Rússia, França, Grã-Bretanha e Alemanha – que defendiam o abandono do enriquecimento de urânio a fim de encerrar o impasse envolvendo o programa nuclear iraniano, Ahmadinejad avaliou a reunião como um “pretexto para aproveitar a dominação”.


“Estão contra o progresso do Irã e não podem expressar isso publicamente, é um pretexto e estão se aproveitando da sua dominação. Eles devem ceder ou desistir. Em vez de conflitos, podemos estabelecer cooperações, mas eles não querem isso. Querem parar o nosso caminho do progresso”, afirmou.
Segundo ele, os países desenvolvidos querem “impor regulamentos” fora da gestão da AIEA. O fracasso das negociações em Moscou ainda coloca em alerta a comunidade internacional, pois Israel já lançou ameaças de bombardear instalações nucleares iranianas.

As potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares em sigilo e pretendem encerrar o programa de enriquecimento de urânio do país asiático. Contudo, Ahmadinejad insiste que são pacíficas as suas políticas de energia nuclear.

O chefe de Estado ressaltou ainda que a imprensa ocidental tem publicado mentiras e feito propagandas negativas contra o Irã no que classificou como uma guerra midiática que está em curso. “Enquanto eles falam da liberdade de informação, por outro lado, estão nos ameaçando através das bombas. É a continuação desse sistema de colonização que existia no passado”, acusou.

Para o dirigente, o Irã representa um modelo de progresso sem dar demonstrações de colonialismo. “Os relatos que fazem do Irã mostram nosso país como atrasado, que vive na miséria e que a maior parte do nosso território é deserto. Como o pensamento deles é materialista, acham que com as barreiras econômicas podem atingir seu objetivo, estão errados. Hoje o Irã é um país desenvolvido, com a nossa capacidade, conseguimos nos fazer presentes na área de tecnologia e somos pioneiros em biotecnologia. O país também se desenvolveu no campo industrial”, acrescentou. Entretanto, o líder iraniano criticou o “olhar absolutista da mídia”.

Ahmadinejad começou, na última semana, uma viagem por três países latino-americanos: Bolívia, Brasil e Venezuela. Na Rio+20, o presidente do Irã tentou sair do isolamento e foi em busca de aliados, defendendo cooperações internacionais com os países da região que chamou de “amigos”.

No Rio de Janeiro, o iraniano tentou agendar um encontrou bilateral com a presidente Dilma Rousseff, mas esta teria rejeitado o pedido de audiência oficial durante o evento da ONU. Apesar de não mencionar este fato, que pode ter deixado desconcertada a delegação iraniana, Ahmadinejad destacou o interesse do país em traçar acordos de cooperação com o Brasil e não deixou de citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele defendeu o papel do Brasil para ajudar a mediar o impasse que existe acerca do programa nuclear iraniano: “O papel do Brasil nessa questão é importante, a Declaração de Teerã com a participação do ex-presidente do Brasil e o ex- primeiro ministro da Turquia é um documento importante e demonstra que o povo iraniano está dentro das legitimidades”.Teerã pretende ainda aprofundar acordos na área financeira, científica e nos meios de comunicação, anunciou.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/22662/ahmadinejad+defende+o+direito+a+energia+nuclear+e+se+diz+vitima+de+ataque+midiatico.shtml

Rio+20: Rumos para a proteção dos oceanos


Posted on 14 June 2012 by admin
Fabíola Ortiz

Rio de Janeiro, 14/06/2012 (TerraViva) Cientistas marinhos e defensores dos oceanos aspiram na Rio+20 a uma nova era na conservação dos mares. Após duas décadas da Rio92 que tratou os oceanos como uma questão secundária, atualmente menos de 1% dos oceanos está protegido e 85% das populações de peixes estão ameaçadas.

O tema dos oceanos e a proteção à biodiversidade nas águas profundas em áreas para além da jurisdição nacional são uma das sete questões prioritárias que estão sendo discutidas na Conferência Rio+20, que decorre até dia 22 no Rio de Janeiro.

IUCN / Divulgação
Nas discussões para o documento final, dois parágrafos enfatizam a necessidade de melhorar o gerenciamento dos recursos do oceano. O risco é que as discussões sejam diluídas, admite Kristina Gjerde, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – International Union for the Conservation of Nature).

Na conferencia Rio+20, a High Seas Alliance, aliança que reúne mais de 20 organizações e institutos que pesquisam sobre os mares no planeta e defendem mecanismos de governança dos oceanos e cooperação internacional para áreas de proteção em alto mar, discutiu rumos para alcançar um acordo de proteção dos oceanos.

A Rio+20 é a chance de negociar um novo acordo para implementar a Convenção da ONU para os Direitos do Mar, de 1982, que aborde a conservação e o uso sustentável da biodiversidade marinha em áreas para além da jurisdição nacional. A meta é definir que 10% das áreas marinhas devem ser protegidas até 2020.

Eliminação da pesca ilegal

Cientistas e defensores dos oceanos querem ainda metas para manter e restaurar as populações de peixes com estoques e eliminar a sobrepesca até 2020. Dados da ONU para a Agricultura e Alimentação dão conta que, desde 1950, dois terços das populações de pescado no mundo já entraram em colapso devido a sobrepesca.

A FAO estima que 85% da população de pescado é explorada até seu esgotamento. Só a pesca ilegal é responsável pela perda de 26 milhões de toneladas de peixes não identificados, de um total mundial de captura de peixes de 80 milhões de toneladas.

Lixões flutuantes

Segundo Kristina Gjerde, o oceano está sendo forçado para além de seus limites que o ambiente marinho é capaz de suportar devido à pesca excessiva e à quantidade de lixo marinho flutuante no mar. “Há um grande volume de plásticos tóxicos, especialmente no Pacífico, mas há lixões flutuantes em todos os oceanos. Há mais de 500 mil pedaços de plástico concentrado em uma área de um quilômetro quadrado. Os animais consomem o plástico e absorvem a poluição”, disse.

Outro fator que põe em risco a sobrevivência dos oceanos são as mudanças climáticas. O aquecimento das águas marinhas causado pela elevação das temperaturas globais já foi detectado até mesmo a mais de 3.000 metros de profundidade.

Segundo Gjerde, o aumento das temperaturas no oceano é responsável pela intensificação de ciclones tropicais e por desequilibrar a atividade pesqueira provocando a migração de pescado com a mudança das dinâmicas de corrente.

“As mudanças climáticas afetam os oceanos aumentando o nível dos mares e a temperatura, e assim atrapalha a dinâmica das correntes marinhas. O gelo dos icebergs não estão mais mantendo-se congelados”, discutiu.

Blue carbon em alto mar

Um novo conceito que se discute é o “Blue Carbon”, o valor do carbono armazenado em ecossistemas marinhos. Especialistas estimam que depósitos de carbono nestes ecossistemas podem ser até cinco vezes maior que os armazenados em florestas. Com a degradação dos ecossistemas marinhos, as emissões de CO2 tem sido significativas.

Para Gjerde, já é possível discutir “economia azul” no sentido de compreender a economia gerada pelos oceanos numa base mais sustentável. Mais de três bilhões de pessoas no mundo dependem da biodiversidade marinha e costeira para o seu sustento. O mercado das indústrias e dos recursos marinhos alcança a 3 trilhões de dólares por ano, representando 5% do PIB planetário.

A maior contribuição econômica do oceano é a pesca que movimenta 100 bilhões de dólares. Enquanto só a pesca ilegal gera uma perda de mais de 20 bilhões de dólares por ano.

(FIN/2012)

COBERTURA RIO+20: Para onde vai?




Fabíola Ortiz

Rio de Janeiro, 13/6/2012 (TerraViva) Após 20 anos da Rio92, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou nesta quarta-feira, dia 13 de Junho, no Rio de Janeiro com o desafio de discutir as lições aprendidas há duas décadas e as tarefas que vão orientar as negociações para se chegar a uma declaração em prol do desenvolvimento sustentável, com aplicações concretas.

Segundo disse a TerraViva, o coordenador da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti, em uma das primeiras atividades da Conferência, a grande expectativa é que a Rio+20 saia com os objetivos do desenvolvimento sustentável. “A  grande esperança é que a gente tenha, pelo menos, os objetivos da segurança alimentar baseada numa agricultura sustentável, segurança hídrica e energética”, afirmou.

Imagem do relatório “Rio 92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?”. Cortesia WWF


A governança dos oceanos, o melhor planejamento e gestão das cidades para menor consumo também são pontos que devem ser incluídos na lista de metas. “É fundamental diminuir a exploração de recursos naturais. Segurança alimentar é, por exemplo, garantir a produção de alimentos sem devastar o meio ambiente e manter o equilíbrio climático”, explicou Maretti.

A maior parte da população mundial de 7 bilhões de pessoas está concentrada nos centros urbanos. Os hábitos de consumo demandam um planeta e meio, se o consumismo continuar neste ritmo, em 2020, serão necessários dois planetas para dar conta da população de apenas um. “A gente está entrando numa dívida, isso não é sustentável”, admitiu Maretti.

Como uma das primeiras atividades da Conferência, a Rede WWF lançou a publicação trilíngue – inglês, português e espanhol – do documento “Rio 92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?”.

A Conferência de 92, para o cientista político Eduardo Viola, foi um momento de grande expectativa e uma cúpula marcante na humanidade, pois se tratava pela primeira vez de discutir os problemas globais.

“Criou-se uma consciência dos problemas ambientais e definiram-se parâmetros normativos sobre como a humanidade poderia reagir. Os problemas da humanidade estão muito mais agravados e esta atual Conferência não tem como avançar além de declarações genéricas de boas intenções”, discutiu Viola.

Segundo o intelectual, “muito provavelmente” em termos intergovernamentais, a Rio+20 será um fracasso.

Uma vez que as superpotências ambientais e econômicas não demonstram empenho. A União Europeia está imersa em sua crise econômica que ameaça a sua própria existência, enquanto um terço da população norte-americana é “radicalmente contra” mudança dos padrões e a China continua com emissões explosivas. Em 1992, o dragão oriental emitia 8% das emissões globais da carbono, atualmente a China representa 26% da fatia de emissões planetárias.

Já o embaixador Flavio Perri que, em 1992, foi secretário executivo do grupo de trabalho brasileiro, que organizou a conferência, defende um novo indicador para registrar o custo ambiental, uma espécie de PIB ambiental. “Um índice novo que nos dê transparência no processo produtivo, que envolvesse o PIB (Produto Interno Bruto), o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e um índice de desgaste ambiental”, afirmou.

(FIN/2012)