segunda-feira, 25 de junho de 2012

COBERTURA RIO+20: Para onde vai?




Fabíola Ortiz

Rio de Janeiro, 13/6/2012 (TerraViva) Após 20 anos da Rio92, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou nesta quarta-feira, dia 13 de Junho, no Rio de Janeiro com o desafio de discutir as lições aprendidas há duas décadas e as tarefas que vão orientar as negociações para se chegar a uma declaração em prol do desenvolvimento sustentável, com aplicações concretas.

Segundo disse a TerraViva, o coordenador da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti, em uma das primeiras atividades da Conferência, a grande expectativa é que a Rio+20 saia com os objetivos do desenvolvimento sustentável. “A  grande esperança é que a gente tenha, pelo menos, os objetivos da segurança alimentar baseada numa agricultura sustentável, segurança hídrica e energética”, afirmou.

Imagem do relatório “Rio 92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?”. Cortesia WWF


A governança dos oceanos, o melhor planejamento e gestão das cidades para menor consumo também são pontos que devem ser incluídos na lista de metas. “É fundamental diminuir a exploração de recursos naturais. Segurança alimentar é, por exemplo, garantir a produção de alimentos sem devastar o meio ambiente e manter o equilíbrio climático”, explicou Maretti.

A maior parte da população mundial de 7 bilhões de pessoas está concentrada nos centros urbanos. Os hábitos de consumo demandam um planeta e meio, se o consumismo continuar neste ritmo, em 2020, serão necessários dois planetas para dar conta da população de apenas um. “A gente está entrando numa dívida, isso não é sustentável”, admitiu Maretti.

Como uma das primeiras atividades da Conferência, a Rede WWF lançou a publicação trilíngue – inglês, português e espanhol – do documento “Rio 92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?”.

A Conferência de 92, para o cientista político Eduardo Viola, foi um momento de grande expectativa e uma cúpula marcante na humanidade, pois se tratava pela primeira vez de discutir os problemas globais.

“Criou-se uma consciência dos problemas ambientais e definiram-se parâmetros normativos sobre como a humanidade poderia reagir. Os problemas da humanidade estão muito mais agravados e esta atual Conferência não tem como avançar além de declarações genéricas de boas intenções”, discutiu Viola.

Segundo o intelectual, “muito provavelmente” em termos intergovernamentais, a Rio+20 será um fracasso.

Uma vez que as superpotências ambientais e econômicas não demonstram empenho. A União Europeia está imersa em sua crise econômica que ameaça a sua própria existência, enquanto um terço da população norte-americana é “radicalmente contra” mudança dos padrões e a China continua com emissões explosivas. Em 1992, o dragão oriental emitia 8% das emissões globais da carbono, atualmente a China representa 26% da fatia de emissões planetárias.

Já o embaixador Flavio Perri que, em 1992, foi secretário executivo do grupo de trabalho brasileiro, que organizou a conferência, defende um novo indicador para registrar o custo ambiental, uma espécie de PIB ambiental. “Um índice novo que nos dê transparência no processo produtivo, que envolvesse o PIB (Produto Interno Bruto), o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e um índice de desgaste ambiental”, afirmou.

(FIN/2012)

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