quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Número de casos de dengue no Rio dobrou em 2007, aponta Vigilância em Saúde

3 de Janeiro de 2008 - 16h50 - Última modificação em 3 de Janeiro de 2008 - 16h50

Fabíola Ortiz
Repórter da Agência Brasil



Rio de Janeiro - Em 2007, foram registrados mais de 60 mil casos de dengue no estado do Rio de Janeiro – o dobro do número observado no ano anterior. A maior concentração de casos ocorreu na Região Metropolitana da capital, no Norte e no Noroeste do estado. Também aumentou o número de casos em áreas que antes eram consideradas de pouca incidência, como a de Mendes, na Região Serrana.

O superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Victor Berbara, informou que o estado teve 29 mortos por dengue no ano passado, incluindo as causadas pelo tipo hemorrágico. E afirmou que o número "não é alarmante, mas é alto", ao ressaltar a importância de iniciar o tratamento assim que a doença for diagnosticada.

Durante o verão, para reforçar as ações de controle da doença e prevenção do mosquito, o governo do estado trabalha em parceria com o Ministério da Saúde e com os municípios.

"O objetivo é manter em números aceitáveis o nível de ocorrências. As condições demográficas e climáticas no estado favorecem a proliferação do mosquito transmissor. Então, existe a possibilidade de termos surtos e epidemias, mas buscamos diminuir a letalidade", afirmou Berbara.

O superintendente ressaltou ainda a importância da colaboração da sociedade para prevenir e combater a doença. "É muito difícil que o poder público esteja presente em todos os cantos da cidade nesse tipo de controle. Cabe à população um papel importante no controle da dengue", disse.

A ocorrência de dengue hemorrágica é o que mais tem preocupado as autoridades, segundo ele, que citou a cidade do Rio de Janeiro, onde em 2007 foram contabilizadas 13 mortes por esse tipo da doença, que no ano passado infectou mais de 170 pessoas no estado.

TV pública se transformará na Rede Brasil de Televisão

Forum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)

26/12/2007
Redação
Portal Imprensa

Após pouco mais de três meses de funcionamento, a TV Brasil, emissora pública criada pelo governo federal, se transformará na Rede Brasil de Televisão, que, inicialmente, estará em 22 estados do país. A decisão começou a ser concretizada com a constituição do Comitê de Rede das emissoras, formalizado na semana passada,em Brasília. O grupo, que conta com participações de membros do PSDB, apesar da oposição oficial do partido à nova TV, prevê a segunda quinzena de março de 2008 como prazo para o lançamento da nova estrutura.

Para formar a TV Brasil, juntou-se emissoras comunitárias de todo o país na intenção de tornar maior a estrutura da nova rede. "O fato de começarmos com essas TVs não quer dizer que não possamos incluir na rede outras emissoras comunitárias, universitárias e legislativas". disse Mário Borgeth, diretor de Relacionamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). "Nosso modelo é diferente do das TVs comerciais, que têm em cada estado um representante. Queremos estimular articulações", acrescentou Borgeth.

De acordo com informações da Agência Estado de notícias, o Comitê de Rede criou cinco grupos de trabalho: Articulação Institucional, Compartilhamento de Programação, Jornalismo, Serviços e Infra-Estrutura. Cada emissora indicará um representante para cada um dos agrupamentos que discutirão o modelo de negócios da nova Rede Brasil.

Centro Knight lança guia gratuito de cultura digital para jornalistas

Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas (Austin) acaba de publicar as edições eletrônicas em português e espanhol do livro Jornalismo 2.0, Como Sobreviver e Prosperar, (Journalism 2.0: How to Survive and Thrive), escrito pelo jornalista norte-americano Mark Briggs.

As edições em português, espanhol e inglês podem ser baixadas, na íntegra e gratuitamente em formato PDF, no endereço http://knightcenter.utexas.edu/journalism20.php.

O livro, que pretende ser um guia de cultura digital na era da informação, é uma iniciativa da Knight Citizen News Network (Rede Knight para Noticias Cidadãs), que fazem parte do J-Lab/Instituto de Jornalismo Interativo da Universidade de Maryland. O autor, Mark Briggs (editor online do jornal The News Tribune, de Tacoma, Washington), apresenta a obra como um manual prático que também incorpora elementos teóricos capazes de dar aos leitores condições de ingressar no mundo do jornalismo digital.

Jornalismo 2.0 explica as características da Web, detalha alguns conceitos básicos como o da Web 2.0, mostra o funcionamento de novos equipamentos eletrônicos (entre eles os iPods, Pen Drives, MP3, telefones celulares e jogos online) destacando sua aplicação no exercício do jornalismo.

Mark Briggs aborda também uma série de temas vinculados aos novos métodos de produção de reportagens na Web, como, por exemplo, técnicas de gravação e edição de áudio digital e podcasts, de captura e edição de imagens digitais (fotografia e vídeo), bem como de produção e narração de roteiros de notícias online.

“Se você deseja realmente aprender como se pratica o jornalismo digital, você vai aprender... Este manual o ajudará a atingir este objetivo, detalhando cada habilidade e cada tecnologia por meio de instruções facilmente compreensíveis e que você poderá colocar em prática imediatamente”, garante Mark, na apresentação do seu livro.

O veterano jornalista e professor universitário Phil Meyer, autor do prefácio da edição em inglês, reafirma o caráter prático e pedagógico da obra. “Você pode usá-la como um livro de receitas. Há receitas atualizadas para todo tipo de questões digitais. Quando o lí, queria parar a todo instante para experimentar alguma coisa. Por exemplo, como configurar um acesso por RSS, converter minhas velhas fitas de áudio em arquivos MP3 ou migrar para o navegador Firefox”, diz o autor do polêmico livro Os Jornais Podem Desaparecer?

Carlos Castilho, o tradutor e autor do prefácio da edição em português, acredita que a importância do livro vai muito além das redações e salas de aula dos cursos de graduação, pois serve também como um guia para pessoas comuns começarem a trabalhar com a informação.

Meyer e Briggs coincidem que, atualmente, os jornalistas devem possuir habilidades múltiplas para poder trabalhar em ambientes digitais em constante mutação, graças às inovações tecnológicas na área da informação.

“A velha máxima de que 'um bom repórter é bom em qualquer lugar' já não é mais tão convincente. Necessitamos de bons repórteres capazes de manejar as ferramentas apropriadas para situações sujeitas à mudanças constantes. Em ambientes como estes, profissionais com habilidades múltiplas serão muito procurados...Um bom repórter será redefinido como aquele que é suficientemente bom em qualquer veículo de comunicação”, diz Meyer.

Mark Briggs, por seu lado, explica que da mesma forma que as habilidades digitais identificam os candidatos aos novos empregos, a falta delas pode apontar os ameaçados de desemprego. “Com mais de três mil empregos eliminados em redações norte-americanas desde o ano 2.000, qualquer um que ainda trabalhe num veículo de comunicação, deve estar procurando novas formas de ser mais útil em sua empresa. Isto se aplica tanto para um jornal, como para revistas ou emissoras de rádio e televisão”, diz.

A publicação em português do livro de Mark Briggs ajudará os profissionais do jornalismo a repensar sua atividade não mais apenas como uma forma de publicar notícias, mas também como um canal para interação ou orientação de leitores. O cidadão, por seu lado, encontra na obra elementos para desenvolver sua responsabilidade informativa na Web, ou seja, como trabalhar a informação dentro de parâmetros compatíveis com as necessidades e interesses da comunidade.

Rosental Calmon Alves, fundador e diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, em Austin, afirmou que o lançamento das edições em português e espanhol marca uma mudança de estratégia na organização que passará a dedicar-se, prioritariamente, à capacitação de jornalistas na América Latina e Caribe, em tecnologias digitais.

“Este é apenas o início de uma nova etapa no trabalho do Centro Knight. Graças a doações generosas da Fundação John S. and James L. Knight lançaremos, nos próximos anos, outras iniciativas destinadas a ajudar os profissionais do continente em seus esforços para adaptar-se às mudanças impostas pela Revolução Digital”, anunciou Alves.

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas foi criado pelo professor Rosental Calmon Alves, da Escola de Jornalismo da Universidade do Texas, em Austin, em agosto de 2002, graças à uma generosa doação da Fundação John S. and James L. Knight.

J-Lab/Instituto de Jornalismo Interativo da Universidade de Maryland ajuda organizações jornalísticas e cidadãos em geral a usar novas tecnologias de comunicação e criar formas inovadoras que promovam a participação cidadã em atividades públicas. O J-Lab administra também a Knight Citizen News Network e o programa de financiamento de iniciativas em mídia comunitária New Voices.

A Fundação John S. and James L. Knight investe em excelência no jornalismo no mundo inteiro e na promoção social em 26 comunidades norte-americanas, onde os irmãos Knight possuíam jornais. Desde 1950, a Fundação concedeu financiamentos no valor de mais de US$ 300 milhões para promover o jornalismo de qualidade e a liberdade de expressão. A instituição concentra suas atenções em projetos com alto potencial para gerar mudanças e transformações sociais. Para mais detalhes, visite o site www.knightfoundation.org.

O melhor e o pior das comunicações em 2007

Do Forum Nacional pela Democratização da Comunicação - FNDC.


30/12/2007

Ethevaldo Siqueira
Estadão

Comecemos pelo lado positivo: 2007 foi um ano de expressiva inclusão digital para o Brasil. Quatro segmentos das comunicações e da tecnologia digital contribuíram de forma especial para esse resultado: telefonia móvel, banda larga, internet e computador popular.

O celular superou todas as expectativas, com uma expansão de quase 20% este ano. Com o desempenho, a rede brasileira deve quebrar a barreira dos 120 milhões de celulares em serviço - número que coloca o País em quinto lugar no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Além disso, a telefonia móvel dá o salto tecnológico para a terceira geração (3G), após o leilão de freqüências que injetou quase R$ 6 bilhões no saco sem fundo do Tesouro Nacional.

A banda larga teve expansão notável em 2007 e fechará o ano com quase 8 milhões de acessos. Aliás, o Brasil praticamente dobrou o número de usuários de alta velocidade nos últimos 24 meses. O grande motor dessa expansão foram os novos projetos das concessionárias de telefonia - Embratel, Oi, Telefônica e Brasil Telecom - com suas ofertas de novas soluções do tipo triple play, ou seja, em pacotes de telefonia, banda larga e TV por assinatura. Com isso, a internet já alcança 40 milhões de usuários em todo o País.

Em todos os avanços registrados, não há nenhuma contribuição ou mérito do governo, pois o sucesso do celular, da banda larga e da internet tem sido resultado exclusivo do trabalho e dos investimentos das operadoras privadas. A única área beneficiada por ações positivas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a do computador popular, em que a isenção de impostos estimulou fortemente a aquisição da primeira máquina.

A venda de computadores portáteis ( laptops) este ano (*2007) deverá crescer 27% em relação a 2006 e, pela primeira vez, vai superar o total de computadores de mesa (desktops) comercializados. O preço dos portáteis caiu a menos da metade em apenas um ano.

Frustração

A TV digital nipo-brasileira estreou no dia 2 de dezembro apenas na Grande São Paulo. Não há muito que comemorar com a inauguração de um sistema ainda incompleto, sem decodificadores a preços acessíveis no mercado, sem o middleware Ginga, sem interatividade e sem mobilidade. Só as emissoras de TV fizeram sua parte, investindo em equipamentos e tecnologia. Mesmo assim, faltam programas e conteúdos em alta definição.

Inaugurar obra inacabada é puro açodamento populista. A TV aberta, por ser uma paixão nacional, mereceria mais seriedade. Lula parece não perceber que, nas condições atuais, sem projeto industrial e sem preços acessíveis, a TV digital continuará sendo, ainda por muitos anos, privilégio da classe AA - a elite que o presidente tanto critica, embora também dela faça parte.

Como contrapartida à escolha da tecnologia digital, vale relembrar, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse, no ano passado, haver negociado e conseguido do Japão uma grande indústria de semicondutores, a ser instalada no Brasil. De lá para cá, silêncio total. Onde está a indústria? O gato comeu.

A expectativa do ministro, de que o padrão nipo-brasileiro seria adotado por muitos países na América Latina, também não se concretizou. Até aqui, nenhum país aderiu. Nenhunzinho.

Retrocesso

A pior das notícias deste ano é, sem dúvida, a decisão do presidente Lula de ressuscitar as estatais Telebrás e Eletronet. Na contramão da história, elas só aumentam o risco de ineficiência, empreguismo e corrupção no governo.

Compare, leitor, o desempenho da velha estatal com os resultados do setor privatizado. Ao longo de 25 anos, a Telebrás investiu cerca de R$ 40 bilhões, instalando o total de 24,5 milhões de acessos telefônicos, entre fixos e móveis. As operadoras privadas, em apenas nove anos, investiram quase quatro vezes mais, R$ 150 bilhões, e implantaram cinco vezes mais acessos (147 milhões).

A tentativa de escolha do rádio digital tem sido um fiasco. O ministro Hélio Costa insiste em apoiar uma tecnologia ainda cheia de problemas, o padrão Iboc, da norte-americana Ibiquity. E ainda propõe a associação de uma indústria brasileira com essa empresa, com recursos públicos.

Sem lei

Do ponto de vista institucional, o maior problema das comunicações brasileiras continua sendo a legislação obsoleta. O Brasil precisa, com urgência, de uma lei geral moderna, capaz de harmonizar os diversos segmentos das comunicações. A sobrevivência da velha estrutura legal da radiodifusão, ainda baseada num capítulo do velho Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, interessa apenas ao governo e aos beneficiários do chamado coronelismo eletrônico.

Em algumas circunstâncias, contudo, o interesse político não respeita nem a lei obsoleta, como no caso do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, que obteve a terceira concessão de uma emissora de TV aberta no Estado de São Paulo. Conforme determina o decreto-lei 236, de 1967, em vigor, nenhum grupo ou pessoa física pode ter mais do que duas concessões no mesmo Estado.Uma prova de que a fé não apenas remove montanhas, mas até barreiras legais.

Site do FNDC

http://www.fndc.org.br/