terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Série: Entrevistas

Professor Paulo César Guimarães

"Um bom repórter é aquele que apura bem, escreve bem, tem sensibilidade, tem sorte, é criativo, ousado. Você tem que ter talento e vocação. Não basta escrever bem. Um bom repórter vai sempre atrás do que a aconteceu, e traz informação.

O bom estudante leva vantagem, pois ele tem liberdade, muita oferta de informação e leitura. A questão do idioma, hoje quase todo jovem fala inglês e é essencial. O repórter tem que conhecer pelo menos o básico de computador. Não tem vaga para repórter hoje que não saiba inglês ou mexer em computador.

Dizem que a neutralidd não existe, é uma discussão antiga. Em parte é verdade. O repórter pode ter uma certa isenção, neutralidade dentro dos limites para o veículo no qual ele trabalha. Sempre procurei ter uma dignidade no trabalho que eu fazia e ir ao encontro com os interesses do patrão.

No jornalismo não tem vaga para ingênuo, tem que ser muito esperto, observar. O relacionamento com a informação é sempre muito complicado. É preciso pensar sempre no leitor, ter honestidade com o leitor.

O jovem repórter tem que saber o que está acontecendo. Não pode ter preconceito com nenhuma espécie, social, cultural, discriminação. Eu leio de tudo, tudo que cai na minha mão.

A minha referência de jornalismo: ainda tem lugar para a boa reportagem e para o bom repórter. É possível levantar questões polêmicas, a imprensa está se posicionado frente ao caso da violência no Rio de Janeiro.

Talvez uma outra tendência do jornalismo, um espaço do que se fala em jornalismo cidadão, na verdade, um articulista cidadão. É um jornal de artigos e não de reportagem.

O jornalista espanhol do El Pais, Jesus de la Serna, que disse uma vez 'para ser bom jornalista, tem que ter humildade, segundo, tem que ter humildd, e terceiro tem que ter humildade', eu nunca mais esqueci isso. O jornalismo expõe, mexe muito com a vaidade, se você não tiver humildade você pode acabar se perdendo. Muitos se acham acima da lei. Jornalista é uma pessoa vaidosa, com certeza.

O meu trabalho é mais alternativo. Para fazer reportagem diária é bom quando a gente tem até 30 anos.

O jornalismo é a melhor profissão do mundo, eu não sei fazer outra coisa. O jornalista é um pouco artista também, até porque tem que ter jogo de cintura, viver na corda bamba economicamente, culturalmente, politicamente, a gente é meio artista mesmo, ou pelo a gente se sente assim.

Sobre o Jornal de Debates

O Jornal de Debates é um jornal aberto a participaç ão de qualquer pessoa. Através do conselho editorial, são propostos os debates mas também aceitamos propostas de outras pessoas. O é chamar, convocar pessoas qualificadas para escrever sobre determinado assunto. É um jornal que circula na internet de acesso livre. Os editores se preocupam em chamer pessoas que tenham alguma coisa a dizer e que saibam escrever também e emitir a sua opinião. Cultura, economia, esporte, assuntos internacionais, cinema, literatrura, são muitos os temas tratados. O jornal já completou um ano."

Paulo Cezar Guimarães: Editor do Jornal de Debates no Rio de Janeiro – um jornal online aberto de acesso livre e promove debates sobre diversos temas da atualidade. Teve sua primeira experiência no jornal impresso Última Hora no Rio de Janeiro, trabalhou também no Diário de Notícias e durante oito anos como repórter no jornal O Globo, além de ter atuado na Revista Imprensa e ter sido assessor de comunicação social da Souza Cruz. Dá aulas há 21 anos e atualmente leciona jornalismo nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) no Rio de Janeiro.

Blog do Paulo Cezar:

http://blogdoprofessorpc.blogspot.com/

http://blogdoprofessorpc.blogspot.com/2007/12/entrevista-pro-site-inforel.html

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