quarta-feira, 12 de março de 2008

Mulheres ampliam participação, mas sofrem com subemprego

07/03/2008

Estudo da OIT sobre mulheres e mercado de trabalho, divulgado nesta quinta-feira (6), mostra aumento na porcentagem de postos de trabalho "vulneráveis" - sem registro ou sem salário fixo - na região da América Latina e Caribe

Por Repórter Brasil

Na América Latina e Caribe, as mulheres têm mais participação no mercado de trabalho, mas também há menos empregos formais e mais postos de trabalho com condições "vulneráveis", ou seja, sem registro ou não assalariado: 32,7% das mulheres na região estão hoje nesta situação. É o que diz o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta quinta-feira (6), "Tendências mundiais do emprego das mulheres - março 2008", por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado no 8 de março.

Segundo o documento, trabalharam 1,2 bilhões de mulheres no mundo todo em 2007. Na América Latina e no Caribe, a participação das mulheres na força laboral pulou de 47,9% para 52,9%, o aumento mundial mais significativo entre as diferentes regiões do mundo depois do Oriente Médio. Com isso, diminuiu a brecha entre gêneros nos índices de população economicamente ativa (PEA) na região. O estudo alerta, no entanto, que são necessárias outras investigações para verificar as condições desses postos de trabalho.

Cerca de um quarto das mulheres da região trabalham por conta própria. Provavelmente, especula a OIT, elas estão concentradas no setor informal de serviços, área que mais expandiu as oportunidades de emprego. Ainda assim, elas sofrem mais com o desemprego que os homens: a taxa de desemprego feminina é de 10,9%, enquanto a dos homens é de 6,9%.

"Apesar de ter diminuído na América Latina e Caribe, a diferença entre os gêneros nas taxas de participação no mercado de trabalho e na relação de empregados na população, e de existir uma distribuição mais igualitária em termos de situação de emprego, as altas taxas de desemprego feminino e a grande quantidade de mulheres que têm emprego vulnerável em serviços de baixa produtividade são indicadores de um futuro instável para as perspectivas econômicas das mulheres", observa o estudo.

Rumo à igualdade

Os números latinos vão de encontro à tendência mundial mostrada pela OIT. No mundo, a proporção de mulheres com emprego formal aumentou de 41,8% em 1997 para 46,4% em 2007. Enquanto isso, o emprego vulnerável baixou de 56,1% para 51,7% no mesmo período. De acordo com os relatores, porém, o avanço está longe de mostrar igualdade entre os gêneros no mercado de trabalho e as diferenças ainda são grandes.

"Para trazer mais mulheres para a força de trabalho, é necessário começar garantindo igualdade no acesso à educação e às oportunidades de obtenção de qualificações necessárias para competir", sugere o documento. "Passar de um emprego vulnerável para um posto formal é um passo importante rumo à independência econômica e à autodeterminação de muitas mulheres".

http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1304


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