sexta-feira, 28 de março de 2008

FNDC

Terrorismo midiático contra governos populares é debatido

26/03/2008 |
Redação
Agência Adital

Enquanto a Sociedade Interamericana de Imprensa se reúne para tratar de temas como liberdade de imprensa, tópico até então questionável em tempos onde cada vez mais os grupos de comunicação se impõem como poderes institucionais, Caracas também abrigará um encontro para debater um tema bastante urgente: o terrorismo midiático. Essa é a proposta do "I Encontro Latino-americano contra o terrorismo midiático" que começa na próxima sexta-feira (28). Jornalistas de 14 países latino-americanos devem participar.

O evento acontecerá no Centro de Estudos Latino-americanos Rómulo Gallegos (Celarg). Para Hugo Chávez, presidente da Venezuela, este é um tema que precisa ser amplamente discutido, "pois o terrorismo midiático utiliza seus meios, para gerar guerra, violência, temor e angústia nos povos".

Em entrevista a televisão estatal venezuelana, o Ministro de Comunicação e Informação, Andrés Izarra, disse que o problema do terrorismo midiático é enfrentado diariamente pelos governos progressistas da Venezuela, da Bolívia e do Equador.

Como exemplo, ele citou o acirramento diplomático envolvendo a Colômbia, Equador e Venezuela, quando da invasão de tropas colombianas em território equatoriano que resultou na morte de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP). Jornais como o El País (espanhol), e El Tiempo (colombiano) tentaram relacionar o governo liderado por Rafael Correa com a guerrilha.

A "ditadura midiática" também será rechaçada numa marcha, programada para o dia 28, às 15h. A atividade também denunciará as ofensivas das SIP contra a Venezuela.

Para o diretor da Agência Bolivariana de Notícias (ABN), Freddy Fernández, a SIP tem sido "a ponta de lança da estratégia de dominação que pretendem Estados Unidos sobre o continente". A SIP defende os interesses dos oligopólios de comunicação, e se põe sempre a favor dos poderes conservadores, enquanto faz campanha pesada contra os governos democráticos e populares.

Entre os temas a serem discutidos no Encontro sobre o terrorismo midiático, está "Venezuela sob fogo midiático", no qual especialistas explicarão no que consiste o ataque contra Venezuela, como se organiza e qual foi o papel desempenhado pelos diferentes meios em todo o mundo.

No encontro da SIP - que será realizado no Caracas Palace Hotel -, para o qual o presidente venezuelano também foi convidado, será discutida a liberdade de imprensa nas Américas, além dos aspectos econômicos, éticos e profissionais dos jornalistas.

Em um relatório de forte teor político, sobre liberdade de imprensa na Venezuela em 2007, a SIP disse que o governo tenta suprimir "definitivamente" a liberdade de expressão e informação de jornalistas e meios de comunicação independentes. Segundo a entidade, o governo tenta controlar todos os poderes do Estado.

A Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão é vista pela SIP como uma tentativa de controlar o conteúdo dos meios rádio-eletrônicos independentes. O relatório criticou ainda o fechamento, em 27 de maio do ano passado, da Rádio Caracas Televisão (RCTV) e a não concessão de novas freqüências de transmissão à rede Globovisión. Em relação à liberdade dos jornalistas, a SIP denunciou perseguições, ameaças e até mortes.

http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=238391

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