domingo, 8 de junho de 2008

Arfoc-Rio protesta contra seqüestro e tortura

A Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos, em nota assinada pelo seu secretário-geral, Alcyr Cavalcanti, exige punição rigorosa para os que seqüestraram e torturaram, durante mais de sete horas, uma equipe de reportagem do jornal O Dia, na favela do Batan, em Realengo.

A nota na íntegra:

A Arfoc-Rio vem a público protestar com veemência e exigir total esclarecimento dos fatos e a punição de bandidos, que se dizem milicianos, pela atitude covarde perpetrada contra a equipe do jornal O Dia ocorrida na Favela do Batan, em Realengo.

Os jornalistas, no exercício de sua função de informar e trazer à luz acontecimentos que as autoridades insistem em ignorar, foram barbaramente torturados e sofreram ameaças de linchamento e morte.

A Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que já foi maravilhosa, vive atualmente loteada em áreas dominadas pelos comandos e milícias, face à total ineficiência do aparelho de Estado, que vive apregoando planos mirabolantes sem nada realizar de concreto. A miséria, o abandono e a disputa por territórios continuam, apesar da retórica do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Toda a população sabe que as milícias são formadas por policiais e ex-policiais que usam das prerrogativas da proteção da lei para se fazerem de “justiceiros”, iludindo os moradores das favelas num exercício de uma pseudo proteção, quando na realidade querem dominar e explorar os moradores cobrando taxas de “pedágio”.

A Arfoc-Rio exige punição para os culpados desse ato de barbárie que, no fundo, atinge não somente a nós jornalistas mas a toda população que assiste perplexa ao descaso das autoridades diante da grave questão da violência urbana, na outrora “cidade maravilhosa”, que hoje poderia ser chamada “capital da violência”.

Alcyr Cavalcanti.
Secretário-geral da Arfoc-Rio.

5 de junho

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