domingo, 8 de junho de 2008

Sindicato apela à imprensa para acompanhar investigações sobre tortura de equipe de reportagem

O Sindicato dos Jornalistas do Rio faz um apelo para que todos os veículos de comunicação do País continuem acompanhando as investigações sobre a tortura de três trabalhadores do jornal O Dia na favela do Batan. Tirar o tema da pauta contribui para que a impunidade premie os autores deste atentado ao Estado de Direito. É dever dos meios de comunicação desmascarar esses bandos paramilitares e a idéia absurda de que a paz social possa ser promovida pelo submundo. A punição dos torturadores é a condição primeira para viabilizar o exercício da cidadania nas comunidades tiranizadas por essas quadrilhas travestidas de justiceiros.

Uma comissão de diretores do Sindicato reuniu-se ontem com a direção do Dia em busca de informações sobre as vítimas da barbárie. A repórter está em boas condições físicas, já tendo dispensado acompanhamento psicológico. O jornal assegurou que fotógrafo e motorista passam bem, física e psicologicamente. O Sindicato continua tentando contato com ambos e cobra da empresa explicações sobre o plano de segurança montado para minimizar os riscos à vida durante a cobertura. A direção da redação alega que as informações poderiam comprometer a segurança das vítimas e informa que a diretora-presidente, Gigi Carvalho, assumiu total responsabilidade pela segurança da equipe. Solicitamos uma audiência com Gigi Carvalho para que a empresa oficialize o compromisso de prestar a assistência aos profissionais enquanto for necessário e até que eles possam retornar, saudáveis, ao convívio com os colegas e ao pleno exercício de sua profissão.

Estamos preparando uma conferência com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo para refletir sobre a cobertura em áreas de risco e a adoção de medidas consensuais para impedir a repetição de tragédias como a morte de Tim Lopes (TV Globo) na Vila Cruzeiro, há exatos seis anos, e a tortura dos profissionais do Dia no Batan. Mais uma vez, apelamos às empresas para que adotem as medidas reivindicadas pelo Sindicato desde a morte de Tim, como a formação das Comissões de Segurança nas Redações, integradas por jornalistas da própria empresa para avaliar os riscos e criar normas de segurança, fiscalizando sua aplicação.


Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro
6 de junho de 2008

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