sábado, 27 de março de 2010

5º Fórum Urbano Mundial das Nações Unidas

O 5º Fórum Urbano Mundial das Nações Unidas terminou ontem (26) Rio de Janeiro e reafirmou os desafios para uma urbanização sustentável com o direito de todo ser humano a viver com qualidade de vida nas cidades.


“A hora de agir é agora”, esta foi a mensagem final deixada pela diretora executiva do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a tanzaniana Anna Tibaijuka.


“O tempo não está do nosso lado. A tarefa diante de nós é imensa, é um trabalho que deveríamos ter feito ontem”, advertiu a representante do Escritório da ONU ao referir os problemas enfrentados pelas cidades em todo o mundo.


Nas mais de três horas da cerimónia de encerramento do maior fórum sobre urbanismo no mundo, foi lançada a Campanha Urbana Global com propostas para garantir o desenvolvimento urbano sustentável.


Coordenada pela ONU-Habitat, a campanha, que leva o logo elaborado por um designer português, é uma oportunidade para desenvolver soluções urbanas e ferramentas políticas de atuação para reduzir as desigualdades nos espaços urbanos.


Em complemento à fala de Tibaijuka, o ministro brasileiro das Cidades e anfitrião do evento, Márcio Fortes, destacou que a campanha irá refletir as ações da maioria dos países que enfrentam o problema dramático de assentamentos, transporte, conflitos sociais e reforma agrária.


“Não podemos agir sozinhos, precisamos de parcerias, de atuarmos juntos, seja de forma bilaterial ou multilateral”, reforçou o ministro brasileiro.


“As desigualdades urbanas vão além da dimensão de renda. O direito à cidade deve se constituir como um direito coletivo”, salientou Márcio Fortes.


Ao longo de cinco dias de debates sobre o crescimento e impactos provocados pela urbanização, o Fórum Urbano reuniu 13.700 participantes de 150 países.


O encontro, realizado pela primeira vez na América Latina, discutiu o crescimento urbano desordenado em plena área degradada na zona portuária do Rio de Janeiro.


Os participantes puderam sentir na pele os problemas das grandes cidades em termos de infraestruturas e segregação social.


No século 20 que foi marcado pela exclusão urbana, a busca por um crescimento mais harmonioso não é só um desafio, mas uma necessidade, este foi o consenso entre as centenas mesas de debates levadas à cabo esta semana.


Segundo a ONU, pouco mais de metade da humanidade está hoje concentrada em médias e grandes cidades e estima-se que chegará a dois terços nos próximos 50 anos.


Atualmente, metade da população mundial (3,5 mil milhões de pessoas), mora em áreas urbanas, e cerca de mil milhões de pessoas vivem em condições precárias nas principais cidades do mundo.


Na última década, o número absoluto de moradores de favelas cresceu de 776,7 milhões para 827,6 milhões.

A população residente em favelas alcançará a 890 milhões de pessoas até 2020.


A 6ª edição do Fórum Urbano Mundial será realizada em Bahrain, no Médio Oriente, em 2012.


Nenhum comentário: