sexta-feira, 7 de março de 2008

Veja a repercussão da crise entre Colômbia, Equador e Venezuela na imprensa internacional

03/03/2008 - 17h42

da Folha Online

A crise entre Equador, Colômbia e Venezuela, desencadeada pela morte de Raúl Reyes, um dos principais líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no último sábado (1º), em ataque colombiano em território do Equador, provocou repercussão mundial com a possibilidade de um conflito armado na região.

Veja a repercussão da crise na imprensa internacional.

"New York Times"

Tropas se agrupam nas fronteiras colombianas

A Venezuela e o Equador mobilizaram tropas para suas fronteiras com a Colômbia no domingo, intensificando uma crise diplomática que começou após as Forças Colombianas matarem um líder sênior da guerrilha em um acampamento na floresta no Equador.

Reprodução

Além do mais, a Colômbia disse na noite de domingo que documentos apreendidos em um computador do guerrilheiro Raúl Reyes apontam para colaboração entre o governo do Equador e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou Farc, maior grupo insurgente da América Latina.

Os documentos revelam comunicações entre Reyes, o número dois no comando das Farc, e um emissário do presidente Rafael Correa, no qual o Equador questiona a inteligência das Farc sobre comandantes da polícia no leste do Equador a fim de transferi-los para fora da região.

O documento, tornado público pelo diretor da polícia colombiana Óscar Naranjo, também sugere que Correa estava aberto para formalizar relações com as Farc. Um porta-voz do Equador em Quito chamou as alegações colombianas de mentira, segundo a Associated Press.

"El País"

A polícia colombiana diz ter provas de que Chávez financiou as Farc

O general Oscar Naranjo, diretor da Polícia Colombiana, assegurou contar com documentos de Raúl Reyes, o porta-voz das Farc mortos neste fim de semana em uma operação do Exército, que provam que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, entregou US$ 300 milhões à guerrilha. A crise desencadeada pela morte de Reyes, número dois da guerrilha, em um ataque colombiano em solo equatoriano no sábado passado, ameaça desatar um conflito armado na América do Sul.

Reprodução

Por um lado, os presidentes da Venezuela e do Equador, os aliados Hugo Chávez e Rafael Correa, retiraram seus diplomatas da Colômbia e concentraram tropas em suas respectivas fronteiras com este país. Equador enviou 3.200 soldados. Enquanto isso, Bogotá assegurou possuir documentos que provam a relação entre o governo de Correa e de Chávez com as Farc e pediu explicações, ainda que tenha descartado enviar tropas para as fronteiras. O ministro da Defesa do Equador, Wellington Sandoval, não demorou em negar qualquer contato de seu país com as Farc.

O governo colombiano tenta não contribuir com a escalada diplomática desatada com o ataque que matou Reyes e outros 16 companheiros em um acampamento na selva dentro do território do Equador próximo à fronteira com a Colômbia.

"Guardian"

Chávez envia dez batalhões à fronteira colombiana após morte de comandante das Farc

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criou ontem o espectro de uma guerra na América do Sul ao enviar tropas à fronteira do seu país com a Colômbia e ao encurtar os laços diplomáticos para protestar contra o assassinato de um líder guerrilheiro por parte da Colômbia.

Reprodução

Chávez dramaticamente ordenou o envio de dez batalhões à fronteira e o fechamento da Embaixada da Venezuela em Bogotá, com a retirada de todo o corpo diplomático, mergulhando a região em uma crise repentina.

O revolucionário socialista de estilo próprio chamou a Colômbia de Estado terrorista e classificou o presidente, Álvaro Uribe, de criminoso e marionete dos EUA. O país vizinho precisa ser "libertado" da dominação americana, disse Chávez em seu programa de TV semanal, "Aló Presidente": "Sr. ministro da Defesa, movimente dez batalhões para a fronteira com a Colômbia imediatamente, batalhões de tanques. A Força Aérea deve ser mobilizada. Não queremos guerra."

"The Independent"

Chávez ameaça Colômbia após morte de líder rebelde

Reprodução

O presidente Hugo Chávez ordenou ontem o fechamento da Embaixada da Venezuela na Colômbia e mandou milhares de militares à fronteira dos países após o Exército da Colômbia matar um líder rebelde de alto escalão.

Ele alertou que o "assassinato covarde" do comandante rebelde e "bom revolucionário" Raul Reyes e outros 15 no sábado poderia desencadear uma guerra na América do Sul.

Ao falar em seu programa semanal de TV e rádio, Chávez ordenou seu ministro da Defesa: "Mova dez batalhões para a fronteira com a Colômbia para mim, imediatamente". Ele também chamou a Colômbia de "Estado terrorista" e qualificou seu presidente, Alvaro Uribe, de "criminoso".

"Al Jazeera"

Equador nega ligações com as Farc

Reprodução

O Equador negou as acusações colombianas de que seu governo fortaleceu os laços com as Farc, após um ataque colombiano a uma base rebelde no Equador ameaçar dar início a uma crise regional.

Tanto o Equador quanto a Venezuela enviaram tropas para suas fronteiras com a Colômbia após o ataque, no qual Raul Reyes, um líder das Farc, foi morto.

Francisco Suescum, embaixador do Equador retirado de Bogotá, disse: "É uma mentira. Nem o governo do Equador nem o presidente Correa jamais tiveram tal atitude.

"Press TV" (Irã)

Colômbia diz que vizinhos abrigam rebeldes

O vice-presidente colombiano, Francisco Santos Calderon, criticou os países vizinhos por darem refúgio a grupos rebeldes e terroristas.

Reprodução

Em reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra nesta segunda-feira, Calderon mencionou a resolução do Conselho de Segurança da ONU 1373 que proíbe Estados-membros de abrigar grupos que "financiam, planejam ou cometem atos de terrorismo".

"No nosso continente, há governos que deliberadamente violam esta obrigação solene", disse o vice-presidente, segundo a France Presse.

Calderon não citou os nomes dos países envolvidos, mas seus comentários serão vistos como uma referência ao Equador e à Venezuela, que a Colômbia acusa de ajudar as guerrilhas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Nenhum comentário: